Trabalho de presos em reparos em escola da Capital pode ser estendido para outras unidades de ensino
Na semana que vem, quando os estudantes voltarem à Escola Estadual Professora Delmira Ramos dos Santos, irão encontrar a unidade com uma cara nova. Por meio do projeto “Pintando Educação com Liberdade”, realizado em conjunto pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), a 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande (2ª VEP) […]
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Na semana que vem, quando os estudantes voltarem à Escola Estadual Professora Delmira Ramos dos Santos, irão encontrar a unidade com uma cara nova. Por meio do projeto “Pintando Educação com Liberdade”, realizado em conjunto pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), a 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande (2ª VEP) e a Secretaria de Estado de Educação (SED), os internos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira estão provendo pequenos consertos, reparos hidráulicos e elétricos, pintura do prédio e da quadra poliesportiva e serviços de jardinagem.
Os presos dos regimes aberto, semiaberto e fechado que foram encaminhados ao mercado de trabalho pelo poder público têm desconto 10% em seus salários, e o valor arrecadado pode ser utilizado para o custeio dos próprios detentos, conforme prevê a Lei de Execução Penal. Assim, com o dinheiro descontando do salário dos presos foi possível a reforma da EE Profª Delmira Ramos dos Santos, com custo de R$ 64 mil.
Nesta segunda-feira (27), a secretária de Estado de Educação, Maria Nilene Badeca da Costa, visitou a escola, localizada no bairro Coophavilla II, em Campo Grande, acompanhada pelo juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, e do diretor da Gameleira, Tarley Cândido Barbosa. Para a secretária, “os alunos vão se surpreender”. “O resultado deste projeto está sendo muito positivo. É uma parceria que recupera e promove melhorias na escola, utilizando mão de obra dos internos do Centro Penal Agroindustrial. Com certeza este é o início de um trabalho que pode seguir para outras escolas”, avalia.
De acordo com o juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, idealizador do projeto, a reforma feita pelos internos tem um impacto muito grande na sociedade. “Essa reforma tem um impacto muito grande na sociedade, que está acostumada a ver apenas notícias ruins do presídio, mas esse pessoal tem condição de fazer muitas coisas. O projeto fomenta o trabalho do preso e quando você dá uma oportunidade como essa você passa uma mensagem mais forte e quebra o preconceito”, explica.
Cerca de 10 internos da Gameleira trabalham de segunda a sábado na escola e, além de um salário, a cada três dias trabalhados eles recebem um dia de redução da pena. Oportunidade aproveitada pelo pintor Ney Paulo Gil Alves, que cumpre pena por tráfico de drogas há 7 anos. “Participei da pintura da Gameleira e agora estou trabalhando na escola, recebendo salário, ajudando minha família e ainda vou sair mais rápido”, comemora, já planejando o futuro. “Daqui a dois meses eu termino de cumprir minha pena, quero reencontrar minha família em São Paulo e voltar a trabalhar como pintor”.
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