Torcedora flagrada xingando Aranha é intimada pela polícia e tem casa apedrejada

A jovem flagrada chamando de “macaco” o goleiro Aranha, do Santos, durante o jogo contra o Grêmio, na última quinta-feira, em Porto Alegre, teve a casa apedrejada na noite de sexta-feira. Segundo testemunhas, um vizinho arremessou pedras contra uma das janelas da residência, localizada no bairro Passo das Pedras, na zona norte da capital gaúcha. […]

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A jovem flagrada chamando de “macaco” o goleiro Aranha, do Santos, durante o jogo contra o Grêmio, na última quinta-feira, em Porto Alegre, teve a casa apedrejada na noite de sexta-feira. Segundo testemunhas, um vizinho arremessou pedras contra uma das janelas da residência, localizada no bairro Passo das Pedras, na zona norte da capital gaúcha. O imóvel está fechado desde o início da repercussão do caso.

Patrícia Moreira da Silva, 23 anos, foi formalmente intimada a prestar depoimento na próxima segunda-feira, às 9h, na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre. Ela saiu de casa ainda na quinta-feira e não foi mais vista na rua em que mora. A polícia acredita que ela esteja abrigada na casa de parentes. Agentes da Polícia Civil estão procurando a jovem para que ela deponha no inquérito que apura injúria racial.

Com a repercussão do caso, Patrícia foi afastada do trabalho – ela atuava como auxiliar de saúde bucal em uma clínica que presta serviço à Polícia Militar gaúcha. A decisão foi tomada ainda na noite de quinta, após a transmissão das imagens captadas pelo canal ESPN Brasil.

A fim de identificar os demais torcedores gremistas envolvidos no episódio de racismo, o chefe da Polícia Civil no RS, delegado Guilherme Wondracek, pediu para que os torcedores do Grêmio denunciem as pessoas que ofenderam Aranha. “Os torcedores que estiveram no estádio e sabem identificar os gremistas que fizeram as agressões verbais podem procurar a polícia”, afirmou.

O jogo de volta entre as duas equipes, que estava marcado para a próxima quarta, na Vila Belmiro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, foi adiado. A decisão foi tomada a pedido do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). “A gente denunciou rapidamente, para não ter atraso. Queremos avaliar a denúncia, para a comissão disciplinar possa julgar antes que haja o outro jogo”, disse o procurador Paulo Schmitt.

De acordo com o presidente do STJD, Caio César Rocha Vieira, todo o processo deve durar 20 dias, incluindo o julgamento pelo Pleno. O clube será denunciado por ato discriminatório e responderá por infração ao artigo 234-G do CBJD. Outra punição cabível ao Grêmio é a multa de até 100.000 reais, além da possibilidade de ser excluído do campeonato.

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