Em bairro de Campo Grande, policial e vizinhos reclamam de câmera que ‘roubou privacidade’

Uma câmera de vigilância instalada no alto de uma torre tirou o sossego dos moradores no Bairro Arnaldo Estêvão de Figueiredo e o caso promete virar assunto de polícia.

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Uma câmera de vigilância instalada no alto de uma torre tirou o sossego dos moradores no Bairro Arnaldo Estêvão de Figueiredo e o caso promete virar assunto de polícia.

O policial militar Josito Raimundo Sobrinho, de 43 anos, não está em um reality show, mas diz que está sendo vigiado. Na última quinta-feira (4), o policial foi surpreendido dentro de casa: um vizinho instalou uma câmera de segurança que ele garante captar imagens de seu quintal.

Josito está indignado. “Acabou com minha privacidade. Se minha esposa quiser tomar banho de sol ela não pode, pois está sendo filmada. É um absurdo”. O policial vive na Travessa dos Ferreiros, no Arnaldo Estevão. Já a casa do dono da câmera fica na Rua dos Médicos.

“Se ele quiser colocar câmera em todos os cantos da parede, não me importo. Desde que estejam viradas para a casa dele”, pondera. Josito ainda indagou a legalidade das antenas na torre onde a câmera foi instalada. “Não sabemos nem se é regularizada esta torre”, diz.

O policial garante que registrará boletim de ocorrência e procurará advogado para solucionar o caso. Os vizinhos, que não quiseram se identificar, endossaram coro à reclamação. “Isso não pode, que filme ele, não os outros”, disse um deles. Outra alertou para o fato de a câmera ter sido instalada sem avisar. “Podia ao menos ter consultado”.

Desligada

A equipe de reportagem foi até a residência onde a torre está instalada. O jovem garantiu que a câmera está desligada e foi instalada apenas para “teste”. O rapaz explicou que funciona um escritório na residência. Segundo ele, o responsável está viajando e volta apenas na próxima quarta-feira.

Violação de privacidade

De acordo com o advogado Sandro Rogério Monteiro de Oliveira, consultado pela equipe de reportagem, a instalação da câmera, no entanto, não configura crime nem é caso de polícia. “É uma violação de privacidade, por ele estar tendo acesso ao cotidiano da família. Mas, para configurar crime, as imagens teriam de ser divulgadas”, explica.

O advogado aconselha o morador a ir ao Juizado Especial e pedir que o vizinho retire ou gire a câmera de forma que não filme sua residência. “Por mais que as imagens não sejam divulgadas, a câmera está tirando a liberdade do cidadão, dentro de sua própria casa”, aponta.

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