Colombiano preso em RR é suspeito de cerca de 250 homicídios

O grupo criminoso liderado pelo narcotraficante colombiano Marcos de Jesús Figueroa García, conhecido como Marquitos Figueroa, preso nesta quarta-feira (22) em ação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Nacional da Colômbia em Boa Vista, Roraima, é investigado em cem inquéritos e é suspeito de ter praticado 250 homicídios. Entre as vítimas, há autoridades colombianas, […]

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O grupo criminoso liderado pelo narcotraficante colombiano Marcos de Jesús Figueroa García, conhecido como Marquitos Figueroa, preso nesta quarta-feira (22) em ação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Nacional da Colômbia em Boa Vista, Roraima, é investigado em cem inquéritos e é suspeito de ter praticado 250 homicídios. Entre as vítimas, há autoridades colombianas, como juizes, promotores e políticos.

Vídeo divulgado pela Polícia Federal com o momento da prisão mostra uma movimentação de carros em uma rua residencial em Boa Vista e, na sequência, Figueroa aparece já algemado ao lado de um sobrinho, também preso, na casa em que vivia.

De acordo com a Polícia Federal, Figueroa era o criminoso mais procurado do país e havia cinco mandados de prisão contra ele, inclusive um da Interpol. O governo colombiano chegou a oferecer US$ 250 mil pela sua captura. Segundo o adido policial da Colômbia no Brasil, Narcizo Martinez Cubillos, dois agentes da polícia colombiana se infiltraram no grupo criminoso de Figueroa e, durante um ano, rastrearam as atividades do traficante.

“Isso permitiu ficar mais próximo a ele e nos permitiu estabelecer sua última morada, que foi em Boa Vista. Esse é um trabalho muito dispendioso e demorado e levou cerca de um ano”, disse Martínez. “Eles recolhem a informação e vão enviando. Logo vieram as coordenadas e quando soubemos com exatidão o lugar onde eles estavam, estabelecemos contato com a Polícia Federal e recebemos o apoio para chegar a ele.”

O chefe do tráfico e o sobrinho foram presos na noite desta quarta na casa em que viviam há aproximadamente três meses. Ambos foram transportados no avião da PF para São Paulo, onde vão aguardar o pedido formal de extradição do governo colombiano, que pode ser feito em até 60 dias. O mandado de prisão para fins de extradição foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal.

Três carros de luxo e vários comprovantes bancários foram apreendidos na casa do suspeito. Os documentos vão servir de prova para investigações futuras de lavagem de dinheiro. Não foram encontradas drogas ou armas de fogo com os detidos. “Acreditamos que ele tinha a intenção de se esconder e buscar alianças, mas isso será investigado”, disse Martinez.

O adido disse que o suspeito entrou para o mundo do crime há mais de 25 anos, furtando veículos e contrabandeando gasolina, mercadoria e drogas da Venezuela. Segundo a polícia colombiana, Figueroa, que tem 47 anos, liderava o narcotráfico no norte da Colômbia e chefiava um grupo criminoso que atuava na fronteira do país com a Venezuela. “Ele está sendo investigado em homicídios [de políticos] porque um governador nossa da Guajira supostamente mandou assassinar outros políticos e o fez por intermédio dele”, disse Martínez.

“A quadrilha é uma das poucas que restam na Colômbia. Antes havia oito grupos grandes, agora temos dois, graças ao trabalho que realizou nossa polícia”, disse Martinez. “Não houve resistência, tudo foi feito sem disparar um tiro. Foi um trabalho de cirurgião, muito bem planejado e muito bem coordenado.”

O diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF, Oslaim Campos Santana, disse que o colombiano chegou a fugir da prisão de forma “espetacular” em 2002, após conseguir explodir o muro de um prédio. Santana não deu mais detalhes da fuga do traficante, há 12 anos.

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