Adolescentes abusados por servidor portador de HIV procuram a polícia após notícias da prisão

Os adolescentes, em geral entre 14 e 17 anos, que foram aliciados e abusados sexualmente pelo servidor municipal Jeferson Porto da Silva, de 33 anos, começaram a procurar a Polícia Civil assim que souberam da prisão. A informação foi passada para o Jornal Midiamax pela delegada Marina Lemos, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de […]

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Jornal Midiamax

Segundo a delegada, de segunda-feira (20) até esta terça-feira, mais ou menos seis adolescentes procuraram a polícia para dar depoimento sobre o caso. “Depois de verem as notícias, eles vêm acompanhados dos pais e outros até sozinhos”, afirma. Ela ainda diz que está ouvindo o máximo de pessoas que pode, já que o inquérito deve ser encaminhado para o judiciário até sexta-feira.

Ainda de acordo com a delegada, a suspeita é de que Jeferson manteve relação sexual com mais de cem pessoas. O servidor, que é portador de HIV, usava um exame médico falso, afirmando para as vítimas que não tinha nenhuma DST (Doença Sexualmente Transmissível) para poder ter as relações sem usar preservativo.

Até o momento, todas as vítimas que procuraram a delegacia tem mais de 14 anos. Caso uma criança confirme o abuso, Jeferson poderá responder por estupro de vulnerável, quando a vítima tem até 13 anos de idade e, segundo a legislação, ainda não tem plena consciência dos atos.

Apesar de não saber precisar, a delegada afirma que aproximadamente 20 jovens já foram ouvidos desde a prisão de Jeferson, no domingo (19). Segundo ela, todos os adolescentes afirmaram que receberam dinheiro do servidor após terem relação sexual. “Eles não faziam isso pelo dinheiro, mas pelo fato de Jeferson falar que se tivessem relação com ele, ele apresentaria amigas”, diz Mariana.

Sobre o depoimento da advogada do servidor dado na segunda-feira, a delegada diz estranhar o fato de ela negar as acusações. “É muito estranho ela falar que ele está sendo acusado por coisas que não fez, já que ele mesmo confirmou e confessou. Ela sabe que temos todas as provas”, afirma. A advogada ainda disse que Jeferson teria sofrido abuso sexual quando criança, fato que ele mesmo disse para a polícia em depoimento.

O caso

A polícia chegou até o suspeito depois que a mãe de um adolescente de 15 anos procurou a delegacia, denunciando “conversa comprometedora” do filho com Jeferson no Facebook. Ao analisar o diálogo, a delegada Marina Lemos representou na Justiça pedido de busca e apreensão na casa do servidor.

O pedido foi protocolado dia 18 e no dia 24 de setembro os policiais recolheram o computador, pen drives, notebook, CDs, DVDs, e HD, na casa de Jeferson. A delegada, em investigação, encontrou imagens de nudez de Jeferson com vários garotos. Ela pediu prisão preventiva que foi concedida pelo juiz César de Souza Lima, da 2ª Vara Criminal de Dourados.

Para atrair os adolescentes pela internet, Jeferson ainda dizia que convivia com garotas de programa, mas somente ele recebia as vítimas. Ele criava perfis falsos no Facebook, se passando por mulher, e marcava encontro com os jovens na casa dele. Quando os adolescentes chegavam, Jeferson oferecia dinheiro para manter relações, aproximadamente R$ 30, e apresentava o laudo laboratorial falso para assegurar que os adolescentes não corriam riscos de contraírem doenças.

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