PSDB consegue aprovar convite para ministro da Justiça depor sobre caso Siemens

Depois de muita pressão e blindagem, o PSDB conseguiu aprovar nesta quarta-feira (27) um convite para que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, compareça na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre o caso Siemens e a fuga de Henrique Pizolatto para a Itália. O depoimento de Cardozo está […]

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Depois de muita pressão e blindagem, o PSDB conseguiu aprovar nesta quarta-feira (27) um convite para que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, compareça na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre o caso Siemens e a fuga de Henrique Pizolatto para a Itália.

O depoimento de Cardozo está marcado para a próxima quarta-feira, 02 de dezembro. Ele não é obrigado a comparecer e pode rejeitar o convite, que é exclusivamente para debater o caso da fuga de Pizolatto e a fragilidade das fronteiras brasileiras para a entrada de armas e drogas.

Apesar disso, os tucanos estão comemorado a oportunidade de revanche em relação à divulgação do suposta carta que um ex-diretor da Siemens acusa secretários de Geraldo Alckmin de receberem propina do cartel dos trens.

“Nós estamos preparados para questionar o ministro sobre todos os aspectos. Não há uma linha de atuação ainda, mas é claro que queremos a oportunidade de esclarecer esse fato lamentável, em que ele agiu como um militante partidário inconseqüente, e não como um ministro de Estado, ao encaminhar incorretamente uma denúncia apócrifa, sem nem ao menos investigar a procedência da carta”, comenta o presidente do PSDB de SP, Duarte Nogueira, que também é deputado federal.

‘Pede pra sair’

Na última terça-feira, a cúpula do PSDB se reuniu em Brasília para negar as acusações feitas pelo ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, de que políticos tucanos faziam caixa 2 de campanha com dinheiro de propina paga pelo cartel dos trens.

Na carta enviada para executivos da Siemens na Alemanha, Rheinheimer acusa os secretários Edson Aparecido (Casa Civil), Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico) e Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitados) de supostamente serem os beneficiários do esquema.

Durante o encontro em Brasília, os tucanos chegaram a sugerir a saída de Cardozo da pasta da Justiça e disseram que o PT tenta incriminar o partido para “desviar o foco do mensalão”.

Os líderes do PSDB também dizem que o deputado estadual Simão Pedro, hoje secretário da prefeitura de SP, tenha forjado a carta supostamente apócrifa divulgada pelo jornal “O Estado de São Paulo”. Simão Pedro teria entregado a carta para Cardozo, que por sua vez pediu averiguação dos fatos pela Polícia Federal.

Outras ações

Além da convocação de Cardozo, os tucanos protocolaram um pedido no Ministério Público de São Paulo para que a origem da carta apócrifa seja investigada. Os líderes do PSDB também foram à Procuradoria Geral da República (PGR) pedir investigação sobre um suposto crime de improbilidade administrativa e prevaricação do ministro Cardozo.

“São posturas gravíssimas, que mancharam reputações sem provas. O ministro tem que responder por suas atitudes”, rebate Duarte Nogueira.

A oposição em São Paulo, formada pelo PT, PSOL e PDT, diz que os tucanos tentam transformar o caso Siemens em bate-boca para encobrir as investigações. “Ele [o ministro] agiu estritamente dentro da lei. Ele teria prevaricado se não tivesse dado encaminhamento as denúncias para investigação”, argumenta o líder do PT na Assembléia de São Paulo, Alencar Santana.

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