Ativista que reclamou de ameaças de policial morre após incêndio
A diretora teatral e ativista Gleise Nana morreu na última segunda-feira, no Rio de Janeiro, após complicações resultantes de um incêndio que atingiu o seu apartamento no dia 18 de outubro. Ela ficou famosa após ter denúncias contra um policial replicadas nas redes sociais, principalmente pelo grupo Anonymous Rio. Em uma nota de pesar, o […]
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A diretora teatral e ativista Gleise Nana morreu na última segunda-feira, no Rio de Janeiro, após complicações resultantes de um incêndio que atingiu o seu apartamento no dia 18 de outubro. Ela ficou famosa após ter denúncias contra um policial replicadas nas redes sociais, principalmente pelo grupo Anonymous Rio. Em uma nota de pesar, o Anonymous lamenta a morte de Gleise e relembra o medo vivido pela diretora nos últimos meses. “Não podemos afirmar se o acidente foi acidental ou não (sic)”, diz o comunicado. As causas do incêndio são investigadas pela 59 º DP – de Duque de Caxias – que, de acordo com uma perícia preliminar, aponta um curto circuito como a causa mais provável do incidente.
Gleise Nana teve 35 % do corpo queimado e sua saúde ficou ainda mais comprometida pela grande quantidade de fumaça tóxica inalada. Ela deixou uma filha de 9 anos, que também estava no apartamento no momento do incêndio. A menina sofreu queimaduras no rosto e nas mãos, mas já se recupera fora do hospital.
Ameaças
No dia 5 de outubro, Gleise compartilhou no Facebook uma conversa iniciada pelo policial militar Emerson Veiga. Segundo a própria ativista, ele enviou uma mensagem no dia 8 de setembro, um dia após uma série protestos populares por todo o Brasil. “Mais uma vagabunda, maconheira, anarquista que apoia a desordem no Rio, quer falar mal da Polícia fala na cara sua piranha, na net é mole”, teria dito o policial.
Após receber a mensagem, Gleise comentou: “Na hora foi outro choque! Já não bastasse todo o gás de bombas que já respirei, todas as corridas fugindo de balas que tive que dar, todas as ameças de agressão, toda a tensão em atos…agora o terrorismo pessoal, direcionado, não contra um ser no meio da massa, mas contra a minha pessoa em particular, no meu perfil, onde tenho amigos queridíssimos que me acompanham, me conhecem, e sabem da verdade de meu coração”.
Ao notar que seu computador apresentava comportamento estranho, ela chegou a sugerir que alguém a tivesse espionando. “Depois de ver a mensagem entendi que o que eu achava que era apenas um problema de meu PC (computador) pode ser algo mais invasivo de vigilância e hackeamento. Pelo “decreto inconstitucional” criado por Cabral, posso estar sendo monitorada em minhas atividades na web”, desabafou.
Nos últimos dias antes do incêndio, Gleice publicou mensagens sobre as manifestações do feriado de 15 de outubro. do qual participou mais uma vez. Sua última publicação, no dia 16 de outubro, foi criticando a notícia de que seria criminalizado os atos de apologia à violência nas redes sociais. “Ditadura ataca por todos os lados!!! Agora começará a repressão à liberdade de expressão nas redes sociais sobe o risco mínimo de atuação por incitação ao crime, podendo ir até o por formação de quadrilha. Absurdo!!! Um histórico AI-6 na cara de pau”, disse.
O incêndio no apartamento de Gleise ocorreu dois dias antes de seu aniversário de 33 anos.
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