Polícia arma estratégias para combater possíveis ataques de facção no Estado
Com atitudes discretas, para não ‘mostrar a realidade à população’, autoridades da Capital têm se reunido para discutir estratégias e repassar a devida cautela necessária aos policiais
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Com atitudes discretas, para não ‘mostrar a realidade à população’, autoridades da Capital têm se reunido para discutir estratégias e repassar a devida cautela necessária aos policiais
Semelhante ao terror vivido em 2006, quando policiais militares paulistas sofreram ataques oriundos de uma organização criminosa, ação que se estendeu aos estados do Paraná e em seguida a Mato Grosso do Sul, a corporação do Estado novamente está em alerta. Entretanto, a Secretaria de Segurança desmente os fatos.
Com atitudes discretas, para não ‘mostrar a realidade à população’, autoridades da Capital têm se reunido para discutir estratégias e repassar a devida cautela necessária a todos os policiais, tanto militares quanto civis.
Uma fonte policial do Midiamax garantiu que a última reunião ocorreu na madrugada do último sábado (17), quando o governador André Puccinelli (PMDB) teria se reunido com oficiais da Polícia Militar, com o intuito de ‘pedir a eles para repassar o cuidado necessário a todos os policiais e a sua família, nesse período de crise’.
”As autoridades nos explicaram que ao menos 15 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) já estariam na cidade para cobrar dívidas dos ‘inadimplentes’ e que estas informações foram ‘grampeadas’ por meio de ligações telefônicas vindas do presídio. E a ordem é para andar armado a todo o momento e revidar caso necessário”, fala o policial, que há duas décadas atua na ‘linha de frente’ da corporação.
A dívida ao qual o policial se refere seria uma mensalidade que varia de R$ 600 a R$ 850, cobrada a cada integrante da facção. “Foi proposto àqueles que têm mensalidades atrasadas para executar policiais e assim abonar a dívida. Realmente a coisa é séria e nenhum policial está dando mole”, fala a fonte policial.
Secretário de Segurança classifica como infundadas as suspeitas
Questionada a respeito dos possíveis ataques em Mato Grosso do Sul, a assessoria da Polícia Militar afirmou que ‘ações integradas das forças de segurança’ estariam sendo organizadas e que a Sejusp/MS (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) seria a responsável por repassar informações a respeito.
O Midiamax então conversou com o titular da secretaria, Wantuir Jacini. Segundo ele, são ‘infundadas’ as informações a respeito de possíveis ataques da facção criminosa, divulgadas inclusive por jornais impressos nesta segunda-feira (19). “A inteligência da polícia ainda não me repassou nada a respeito e desconheço as informações”, afirmou o secretário.
Para averiguar os fatos, a reportagem ouviu diversos outros policiais, sendo que na última sexta-feira (16), o filho de um policial entrou em contato com o jornal para falar de mensagens ameaçadoras recebidas no celular do pai.
”Desde o dia em que prestamos o concurso sabíamos que estávamos sujeito a isso. E, a partir do momento que estamos fazendo o que a gente gosta, temos coragem pra tudo. Por enquanto ainda não houve nenhum comunicado oficial, mas há rumores sim de possíveis ataques e estamos tomando toda a cautela necessária”, disse um policial de 33 anos.
Assim como ele, um militar de 29 anos, que também atua na região central, já foi alertado. “Até policiais civis estão nos comunicando do fato. E somos profissionais que estamos sempre na rua, acostumados a lidar com marginais”, comenta o policial de 29 anos que diz não mais sair fardado de casa.
Carta
Segundo investigações policiais, a facção emitiu o ‘salve geral’ (voz do comando) a todos os integrantes, ordenando a morte de ‘dois policiais para cada ‘irmão’ morto’. Ao todo, dezenas de policiais em São Paulo já foram mortos, além de ônibus queimados e ataques isolados nos pelotões do Estado de Santa Catarina.
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