Polícia aguarda Justiça para chegar até presos que aplicam golpes por telefone no MS

Delegado já identificou 40 contas bancárias com endereços de vários estados, inclusive na cidade de Paranaíba, que são utilizadas pelos estelionatários para conseguir dinheiro com enganações

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Delegado já identificou 40 contas bancárias com endereços de vários estados, inclusive na cidade de Paranaíba, que são utilizadas pelos estelionatários para conseguir dinheiro com enganações

Quarenta contas bancárias foram identificadas em todo Estado como sendo de pessoas ligadas aos presidiários que aplicam golpes por telefone como os do sequestro relâmpago, falso mecânico e SBT 30 anos. Agora, o delegado titular da 6ª DP, Valmir Moura Fé, aguarda a autorização para a quebra de sigilo bancário para chegar aos criminosos.

O delegado revela que com base em vários boletins de ocorrência da delegacia de sua área de atuação decidiu fazer um levantamento dos números das contas bancárias que as vítimas depositaram quantias em dinheiro, que somam mais de 40, além dos números telefônicos de onde partem as ligações com comunicado de falso sequestro, por exemplo.

A maioria dos códigos de identificação de área são de estados da região nordeste, com grande maioria no Ceará. Existem registros bancários também de Goiás e ainda de Paranaíba, cidade localizada no Mato Grosso do Sul.

Levantamento feito, Valmir Moura Fé fez um pedido de quebra de sigilo bancário para que a Justiça autorize os bancos a passar todos os dados dos correntistas. Com isto será possível identificar quem são os presidiários golpistas e as pessoas donas das contas, ditas laranjas, que o mais provável é que sejam pessoas parentes dos estelionatários. “Pode até ser que os ditos donos das contas nem saibam disto, pois muitas pessoas perdem documentos pessoas e não fazem um comunicado à polícia. O golpista vem e usa estes dados para o crime”, frisa.

A ideia do delegado é, depois de conseguir estas primeiras 40 quebras de sigilo bancário, ter perante a Justiça a autorização da quebra a cada boletim feito por vítima, isto para evitar que mais gente caia no mesmo golpe.

Na maioria dos casos, as vítimas depositam dinheiro em caixas eletrônicos ou fazem transferências. É raríssimo o registro em boca de caixa. Os dias mais comuns são sexta e sábado e o banco com registros para depósito é a Caixa Econômica Federal. “não são só pessoas humildes que caem nestes golpes ou pequenas quantias. Temos registros de gente com alto poder aquisitivo e altos valores depositados”, revela o delegado que já tem um inquérito que passa de 200 páginas sobre o assunto.

Caso recente

O delegado revelou a reportagem que na última segunda-feira, 9, um casal de idosos (70 e 75 anos), que mora no bairro Vila Bandeirantes, quase caiu no golpe do falso sequestro. Um golpista ligou dizendo que estava com a filha do casal e exigiu R$ 13 mil. “A vítima ficou apavorada e disse que só tinha cinco mil. A sorte foi que alguém desconfiou, ligou para um amigo que me conhecia. Fui até a residência já arrancando o telefone das mãos dele. O idoso já estava prestes a levar sua caminhonete para os bandidos”, lembra.

Informações

O delegado alerta para que a vítima ao receber uma ligação com comunicado de sequestro, familiar com carro estragado em estrada distante, mensagem de texto dizendo de promoções- em especial do SBT 30 anos- que tenham calma ao tomar qualquer atitude que envolva depósito em dinheiro, compra de produtos ou créditos para celular, entrega de veículos. “Estes golpistas escolhem números por acaso. No caso de fixo, usam lista telefônica. A gente sabe que 90% das informações que usam no golpe são repassadas pela própria vítima que está nervosa e perde oi controle do que está falando”, frisa.

O pedido, mesmo que seja quantia pequena, é que as pessoas façam boletins de ocorrência. Isto vai facilitar o trabalho de investigação. “Mesmo que seja crédito para celular é importante comunicar, pois este bônus vai servir para que outras pessoas caiam no golpe, já que estes golpistas- que são presidiários- liguem à procura de novas vítimas”, finaliza.

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