Morte de primo não tem relação com caso Bruno, diz polícia

O assessor de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais, Odilon Araújo, comunicou na manhã desta terça-feira que o assassinato de Sérgio Rosa Salles, primo do goleiro Bruno, foi solucionado. Sem informar o nome de quem seria o responsável pelo crime, e se mais de uma pessoa participou do homicídio, Araújo garantiu que não há […]

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O assessor de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais, Odilon Araújo, comunicou na manhã desta terça-feira que o assassinato de Sérgio Rosa Salles, primo do goleiro Bruno, foi solucionado. Sem informar o nome de quem seria o responsável pelo crime, e se mais de uma pessoa participou do homicídio, Araújo garantiu que não há relação o desaparecimento de Eliza Samudio. “Não tem ligação nenhuma com o caso Bruno”, afirmou.

De acordo com o assessor, a participação de um policial civil no assassinato também foi descartada. No último dia 27, a Corregedoria assumiu as investigações porque Sérgio havia relatado ter sofrido ameaças de policiais quando tava preso. O órgão irá continuar acompanhando o caso. Demais pessoas deverão ser ouvidas.

Segundo o assessor, há suspeita de crime passional. As apurações também revelaram que, um dia antes do assassinato, Sérgio se envolveu em uma briga em um jogo de futebol. A polícia também chegou a cogitar relação com tráfico de drogas.

O crime

Sérgio Rosa Salles, primo do goleiro Bruno, foi assassinado no dia 22 de agosto em Belo Horizonte. Apelidada de Camelo, a vítima estava na rua Aracitaba, no bairro Minaslândia, quando foi atingida por pelo menos seis tiros, por volta das 7h30. Ele já esteve preso e respondia inquérito por envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, amante do ex-goleiro do Flamengo.

Em depoimento, pouco mais de um mês após o sumiço de Eliza, Camelo disse à polícia que havia sido ameaçado por Macarrão, apontado como um dos mentores do crime. O amigo de Bruno teria dito a Sérgio que se ele falasse algo, teria o mesmo fim que Eliza Samudio.

O caso Bruno

Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A então mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.

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