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Polícia de MT compara assaltantes ao “bando de Lampião”

• A Polícia Civil comparou a quadrilha de bandidos especializados em assaltos A agências bancárias no interior de Mato Grosso, desarticulada na última segunda-feira (17) com a prisão de dez homens do bando, incluindo o líder, a um “novo cangaço”. Bem articulados entre si e com armamentos pesados, os assaltantes agem tal qual o bando […]
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A Polícia Civil comparou a quadrilha de bandidos especializados em assaltos A agências bancárias no interior de Mato Grosso, desarticulada na última segunda-feira (17) com a prisão de dez homens do bando, incluindo o líder, a um “novo cangaço”.

Bem articulados entre si e com armamentos pesados, os assaltantes agem tal qual o bando de Lampião, o lendário cangaceiro que semeou violência no setor do Nordeste brasileiro: de forma violenta, saqueiam e levam terror por onde passam.

De acordo com o delegado Luciano Inácio da Silva, responsável pelas investigações dos assaltos, o modus operandi do novo bando desarma, literalmente, a Polícia.

“Eles pegam o bem mais precioso, que é a vida, porque usam as pessoas como escudo humano. Se houver qualquer ação policial, o fim pode ser trágico. Por isso, a recomendação é não agir no momento, mas sim antes ou depois, através de investigações”, disse o policia.

Profissão: bandido

O fim “trágico” anunciado pelo delegado já ocorreu em um assalto em Guiratinga (328 km ao Sul de Cuiabá), em 2005, quando um policial militar que participava do cerco à agência do Banco do (o alvo preferido da quadrilha) foi atingido por um tiro de fuzil na cabeça e morreu no local.

Além de três assaltos realizados pela quadrilha, nos municípios de Aripuanã, Nova Mutum e Campo Novo do Parecis, e de mais dois praticados por outra quadrilha no interior de Mato Grosso, em 2010, a Polícia Civil contabiliza 25 crimes desta natureza, nos últimos dez anos.

Segundo Inácio, os presos de agora como outros que já foram pegos e conseguiram fugir, agem como se a bandidagem fosse modo de vida, o que faz da reincidência uma constante.

“Eles sempre são muito otimistas, têm o crime como meio de vida e, mesmo presos, alguns conseguem comandar roubos de dentro da cadeia, por celulares”, afirmou o delegado.

O caso mais emblemático é de Sílvio César de Araújo, 37, líder do bando preso na semana passada. Ele é conhecido como “Bruxa”. Junto com ele, a Polícia prendeu seu pai, Divino Marino de Araújo, 68, um dos mais antigos e ativos estelionatários de Mato Grosso.

Nas investigações, Divino é apontado como o falsificador de documentos do bando.

E a “família” de criminosos não termina nos dois. De acordo com o delegado, um irmão de Bruxa, cujo nome não foi revelado, foi condenado a 100 anos de prisão pelos mesmos crimes e, atualmente, está na Penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró (RN).

O mapa das armas

Ainda que grande parte da quadrilha responsável pelos três assaltos a agências bancárias em Mato Grosso no ano passado tenha sido presa, outra preocupação da Polícia Civil é com o paradeiro dos armamentos.

Com os dez bandidos, os policiais apreenderam uma submetralhadora, duas pistolas calibre 40 e uma pistola 9 mm. Apesar disso, essas não foram as armas usadas nos assaltos.

“Não conseguimos apreender os fuzis, que chamamos de armamentos de guerra, e que os criminosos utilizaram nas ações. O que nos faz crer que eles guardam muito bem ou, até mesmo, que eles aluguem as armas, já que uma delas foi utilizada no mesmo tipo de crime no interior de ”, relembrou Luciano Inácio.

Pena

Mesmo que os fuzis não tenham sido encontrados, o que poderia elucidar outros assaltos e também a “rota do crime”, os dez bandidos presos responderão pelos crimes de formação de quadrilha, porte ilegal de armas, tentativa de homicídio, roubo, dentre outros.

A pena prevista é de 30 anos.

Operação Lacraia

Os dez bandidos que integram uma quadrilha especializada em assaltar bancos foram presos pela Polícia Civil de Mato Grosso, durante a Operação Lacraia, na última segunda-feira (17), em Cuiabá e Várzea Grande.

Eles são acusados de assaltar as agências do Banco do Brasil nas cidades de Aripuanã, Nova Mutum e Campo Novo do Parecis, nos meses de março (dia 3), julho (2) e dezembro (2). Apesar de a maioria da quadrilha ter sido presa, o delegado responsável pelo caso, Luciano Inácio da Silva, afirmou que dois que estavam no assalto em Aripuanã ainda estão sendo procurados.

Em entrevista coletiva na sexta-feira (21), a cúpula da Polícia Civil anunciou que as prisões significam o começo de um período de tranquilidade. Em 2010, dos cinco assaltos ocorridos a bancos no interior do Estado, três foram efetuados por esta quadrilha.

Além das prisões, foram apreendidos oito veículos, com placas de Cuiabá, Várzea Grande e uma de São Paulo, uma moto, um notebook, uma submetralhadora, rádios amadores, duas pistolas calibre 40, uma pistola 9 mm, roupas com estampa de camuflagem e R$ 14,4 mil, valor ínfimo, se comparado aos R$ 2 milhões que a Polícia Civil calcula que a quadrilha tenha conseguido nos três assaltos.

Os dez estão com prisão temporária e, de acordo com o delegado, devem passar a responder pelos crimes em prisão preventiva.

Confira os nomes dos bandidos presos na Operação Lacraia:

1 – Sílvio César de Araújo, líder do bando, conhecido como “Bruxa” – 37 anos

2 – Divino Marino de Araújo, pai de Sílvio – 68 anos

3 – Marcos Antonio de Assis Machado, conhecido como “Marcão” – 27 anos

4 – Clóvis da Silva Veiga, conhecido como “Branquinho” – 26 anos

5 – Paulo Alves de Souza, conhecido como “Tiozinho” – 44 anos

6 – Sinval Machado Xavier – 29 anos

7 – Sérgio Nunes da Silva, conhecido como “Lacraia” – 26 anos

8 – Jefferson Ferreira de Arruda, conhecido como “Ereca” – 25 anos

9 – José Hamilton da Silva, conhecido como “Ceará” – 24 anos

10 – Fernando Cícero de Oliveira Mendes, conhecido como “Fernando Bombado” – 24 anos

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