O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), voltou a receber nesta segunda-feira de Carnaval a visita de sua mulher, Flávia. A primeira-dama trouxe o almoço de Arruda. Essa é a terceira vez, que a mulher visita o governador afastado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde ele está preso desde quinta-feira.

Flávia não fala com a imprensa e tenta entrar sem chamar atenção da Polícia Federal. Hoje, ela veio em um carro dirigido por um policial militar e só foi vista ao sair do veículo para entrar no prédio. Segundo assessores do governador, Flávia esta abatida e já chegou a chorar durante as visitas. Arruda ainda não solicitou visita íntima e também não há previsão de banho de sol durante o Carnaval.

Arruda está preso em uma sala da INC (Instituto Nacional de Criminalística) da Polícia Federal. Por lá, tem direito a uma cama, um banheiro individual, ar condicionado. O governador é monitorado por dois agentes, além de homens que fazem a segurança do local.
Na manhã de hoje, a Polícia Federal barrou a visita do secretário extraordinário de Educação, Afonso Brito, porque não estava agendado. Ex-professor e amigo da família, Britto repetiu o discurso da defesa e afirmou que o governador é vitima de uma armação e de injustiça das “instituições”.

Segundo o secretário, Arruda não teve direito a se defender. Brito minimizou o bilhete que comprovaria o envolvimento de Arruda na tentativa de suborno de uma das testemunhas do esquema de corrupção afirmando que “fatos são indícios e não provas”. “Fatos não comprovam, quando muito, apresentam indícios. Uma grande verdade, às vezes, é uma grande mentira”, disse.

Brito deixou de presente para o governador o livro “Os quatro gigantes da Alma”, um título de autoajuda que fala de ira, amor, dever e ciúme. O ex-professor disse acreditar na inocência de Arruda, principalmente, pela criação. “Conheço o governador desde os dez anos. É impossível que o Arruda, sendo filho de pais honestos como é, tenha prevaricado”, afirmou.