Policial que cometer abuso será expulso, afirma Cabral

Diante das denúncias de que policiais estariam invadindo e saqueando casas no conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, o governador Sérgio Cabral disse nesta terça-feira (30) que “não vai tolerar abusos” e prometeu punição aos maus agentes. Ele chamou de “guerra” a situação vivida na região, que foi tomada pela polícia […]

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Diante das denúncias de que policiais estariam invadindo e saqueando casas no conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, o governador Sérgio Cabral disse nesta terça-feira (30) que “não vai tolerar abusos” e prometeu punição aos maus agentes. Ele chamou de “guerra” a situação vivida na região, que foi tomada pela polícia e Forças Armadas no domingo (28).

“Vamos continuar a recuperar todos os territórios. Quando se luta por território é guerra. Quando se conquista é a paz”, afirmou Cabral Filho, durante discurso na cerimônia de inauguração de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte.

“Não vamos tolerar abuso de polícia. O policial que se comportar mal será expulso, mas isso é uma exceção. A maioria está lutando, dando o sangue, entrando em lugares impossíveis com coragem”, completou o governador, diante de policiais militares e de moradores da comunidade.

O governador confirmou que que assinou um pedido de permanência das Forças Armadas para fazer patrulhamento nas favelas do Complexo do Alemão até outubro do ano que vem.

A informação havia sido dada em entrevista dada antes do meio-dia á rádio CBN, quando Cabral ainda estava à caminho da inauguração da UPP.

Procurados pelo G1 por volta das 12h20, os ministérios da Justiça e da Defesa informaram que ainda não haviam recebido o pedido.

Na segunda-feira (29), após se reunir por mais de três horas com a presidente eleita, Dilma Rousseff, o governador havia dito que ia solicitar ao Ministério da Defesa um contingente de dois mil homens das Forças Armadas até julho de 2011, quando, segundo ele, será possível implementar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na localidade.

O governador explicou nesta terça que o pedido foi feito até outubro para ter uma margem de segurança. Segundo Cabral disse na segunda, a permanência de militares é necessária no primeiro semestre do próximo ano porque não há, atualmente, efetivo suficiente de policiais militares para montar a UPP.

“As forças [federais] que fazem hoje o trabalho solicitado por nós fazem um trabalho de contenção. Outra coisa é o trabalho de patrulhamento. Por força do efetivo que precisamos para isso, nós teremos nesse processo de transição, até a chegada da nossa UPP, no final do primeiro semestre, um efetivo do Ministério da Defesa. Em torno de dois mil homens”, afirmou.

Cabral elogiou a parceria entre forças policiais estaduais e federais na ocupação da Vila Cruzeiro e do Morro do Alemão. Segundo ele, a atuação da Polícia Federal e das Forças Armadas deverá ser solicitada em outras operações de combate ao tráfico no estado.

“Esse modelo que estamos implementando é um modelo que existe há dois anos. É um modelo que as Unidades de Polícia Pacificadora se mantém. Agora, com essa novidade nesse momento complexo do [Morro do] Alemão e Vila Cruzeiro, para outras comunidades que sejam igualmente complexas, o que a gente percebe, o que sente, é essa parceria, essa camaradagem, essa aliança para o bem.”

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