PF: preso traficante rival de Fernandinho Beira-Mar

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira, na cidade paranaense de Planalto, o traficante Carlos Arias Cabral, conhecido por Líder Cabral, um dos rivais do traficante Fernandinho Beira-Mar na disputa pelo controle do tráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai. Segundo informações da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), o suspeito seria o maior […]

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A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira, na cidade paranaense de Planalto, o traficante Carlos Arias Cabral, conhecido por Líder Cabral, um dos rivais do traficante Fernandinho Beira-Mar na disputa pelo controle do tráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai. Segundo informações da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), o suspeito seria o maior traficante de maconha do daquele país, sendo responsável pelo envio de grandes carregamentos da droga para o Brasil.

As investigações tiveram início há um ano pela Delegacia de Polícia Federal em Guaíra (PR), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) local e a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai.

Inicialmente, os policiais não sabiam que um dos investigados era Cabral, já que ele utilizava diversos nomes para ocultar a verdadeira identidade. Após a confirmação da polícia, a investigação passou a tramitar perante a Justiça Federal em Toledo (PR).

Nos últimos meses, o suspeito se refugiou na cidade argentina de Andresito porque temia ser morto por outros traficantes que atuam na região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

Denominada de Liderança, a operação apreendeu cerca de 32,3 mil kg de maconha, 50,5 kg de crack e 51 kg de cocaína.

 História

A partir da segunda metade dos anos 90, Cabral passou a ser um dos maiores traficantes em atuação na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Porém, em 9 de janeiro de 2002, na cidade de Capitan Bado, no Paraguai, ele teve sua casa invadida por cerca de 20 homens armados, a mando do traficante brasileiro Fernandinho Beira-Mar, em uma disputa pelo controle do tráfico de drogas na região.

Na ocasião, Cabral escapou pulando o muro de sua casa, mas sua mulher e um filho de 3 anos foram mortos junto com mais nove pessoas. Nas três semanas seguintes, ele iniciou reação contra a quadrilha de Beira-Mar, o que resultou na morte de 22 pessoas. Na disputa, Beira-Mar foi expulso do Paraguai e o tráfico de maconha no país vizinho passou a ter Líder Cabral como principal articulador. O suspeito passou a residir em Andresito, na Argentina, usando documento em nome de Nicolas Ferreira Duarte. Com o tempo, passou a se relacionar com moradores das cidades paranaenses de Planalto e Capanema, onde era visto constantemente.

O suspeito passou a manter contato com o paraguaio Juan Carlos Portillo, conhecido como Carlos Pedro Juan, um dos principais fornecedores de pasta-base de cocaína, maconha e armas do Paraguai, que atua, principalmente, na cidade de Ciudad Del Este, conforme informações prestadas pelas autoridades paraguaias.

As investigações dão conta, ainda, que Cabral e Carlos Portillo estariam planejando assassinar Jorge Samudio, secretário de Carlos Ruben Sanchez, conhecido como Chicado, traficante de drogas residente no Paraguai. Portillo pretenderia assassinar Samudio em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, já que o concorrente teria invadido seu território e estaria prejudicando seus negócios.

Da mesma forma, a quadrilha de Cabral estaria planejando assassinar o traficante Carlos Antonio Caballero, conhecido como Capilo e Embaixador. Caballero seria um dos lideres do PCC do Brasil no Paraguai e estaria “se intrometendo” nos negócios da quadrilha, de acordo com as investigações da polícia.

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