Bruno e Macarrão passam a noite em celas improvisadas, diz polícia

O goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, passaram a noite de quarta-feira (7) em celas improvisadas e separadas na sede da Divisão de Homicídios do Rio (DH), na Zona Oeste do Rio. No final da noite de quarta, policiais levaram colchonetes e cobertores para o interior da DH. Eles não […]

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O goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, passaram a noite de quarta-feira (7) em celas improvisadas e separadas na sede da Divisão de Homicídios do Rio (DH), na Zona Oeste do Rio. No final da noite de quarta, policiais levaram colchonetes e cobertores para o interior da DH. Eles não receberam visitas.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou os dois, na quarta, pelos crimes de sequestro e lesão corporal. Segundo a polícia, os dois são suspeitos de envolvimento no desaparecimento da ex-amante do jogador, Eliza Samudio. Eles tiveram o pedido de prisão temporária decretada na manhã de quarta.

O advogado de Bruno disse que ele está “estarrecido” e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça.

As declarações do advogado foram dadas em frente à DH pouco antes das 22h de quarta. Cerca de 40 minutos depois, um inspetor que trabalha na DH falou com os jornalistas. O inspetor disse que Bruno se negou a responder a qualquer pergunta durante o depoimento e afirmou que só falará sobre o caso em juízo.

Segundo havia dito o advogado de Bruno, o goleiro conversou apenas com o delegado Felipe Ettore, da DH, que acompanha o inquérito que o acusa de sequestro. Ele ainda deve ser ouvido pela polícia mineira sobre o inquérito que investiga o sumiço de Eliza Samudio.

“Ele respondeu a todas as perguntas, mas se limitou a dizer que desconhece os fatos e não tem nada a dizer sobre o inquérito que está instaurado aqui. Sobre o de Belo Horizonte, vou tomar conhecimento dos autos amanhã”, disse Assef. Ele disse ainda que o goleiro deverá ser levado para Minas Gerais. Segundo o advogado, o menor morava na casa de Bruno na Barra da Tijuca.

Assef informou no começo da tarde de quarta que vai entrar com pedido de habeas corpus na Justiça do Rio.

 Pedido de transferência para Minas Gerais

A Polícia Civil mineira aguarda autorização da Justiça do Rio para transferir o mais rápido possível o goleiro Bruno e seu amigoMacarrão, para Minas Gerais, onde se investiga o desaparecimento de Eliza, informou no início da madrugada desta quinta-feira (8) Alessandra Wilke, delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios de Contagem.

“As investigações estão avançadas, e estamos apenas aguardando decisão judicial para recambiar (transferir) o Bruno para Minas, onde ele prestará depoimento no nosso inquérito policial”, disse a Alessandra ao deixar a sede da Divisão de Homicídios do Rio (DH), na Zona Oeste da cidade.

Segundo Alessandra, há contradições em relação à participação de Bruno e Macarrão no caso do desaparecimento da jovem. “Se ele esteve no sítio, se não esteve, quem estava com ele no dia que Eliza esteve no sítio”, afirmou.

Alessandra e a delegada titular da Delegacia de Homicídios de Contagem, Ana Maria Santos, chegaram ao Rio num avião que permanecia no Aeroporto Santos Dumont, pronto para decolar e levar Bruno e Macarrão para Minas.

Prisão temporária

A delegada disse ainda que há um mandado de prisão temporária contra Bruno expedido em Minas Gerais, e que as transferências dos dois suspeitos podem ocorrer a qualquer momento. “Temos um mandado de prisão temporária expedida pela vara do Tribunal de Justiça de Contagem com prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias”, afirmou.

Denúncia

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), se condenados, Bruno e Macarrão podem pegar de dois e a oito anos de prisão, pelo crime de sequestro e cárcere privado, agravado pelos maus-tratos contra a vítima, e de três meses a um ano, por lesão corporal.

 Na manhã de quarta, Bruno e Macarrão tiveram o pedido de prisão temporária, por cinco dias, decretada.

O goleiro e o amigo se entregaram na tarde de quarta na Polinter do Andaraí, na Zona Norte. Os dois foram levados para a DH do Rio. Segundo o delegado Felipe Ettore, Bruno foi indiciado como o mandante do sequestro. O jornal “Extra” acompanhou a chegada de Bruno na Polinter.

Segundo o MP-RJ, na denúncia, o promotor Alexandre Murilo Graça, da 17ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, alegou que, em outubro de 2009, Bruno e Macarrão sequestraram Eliza Samudio, que estava grávida, e tentaram forçá-la a abortar.

De acordo com o delegado Felipe Ettore, o menor que prestou depoimento na terça-feira (6) e Macarrão seriam os executores do sequestro de Eliza. Ele disse que o depoimento ajudou na investigação. “Ele esclareceu muitos elementos e dúvidas que se tinham até então, muitos detalhes informados que depois de checados fizeram essas informações se sustentarem,” disse o delegado.

Ele confirmou também que o menor teria testemunhado o estrangulamento de Eliza, mas o delegado disse não lembrar quem seria o assassino segundo o menor.

Interrogatório

O jovem de 17 anos, que foi apreendido pela polícia na casa do goleiro, prestou depoimento por mais de sete horas na terça-feira (6), na DH do Rio. O interrogatório pode ajudar a polícia a desvendar todo o mistério em torno do desaparecimento de Eliza. Ele foi levado para Minas, para ajudar nas investigações que estão centralizadas por lá.

O adolescente foi encontrado na casa do jogador na tarde de terça, após uma denúncia. O goleiro Bruno estava em casa e abriu a porta para os policiais. De acordo com a polícia, o depoimento do menor foi considerado esclarecedor. Durante o interrogatório, ele confirmou que Eliza está morta.

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