As esquerdas instaladas no governo estão pressionando pela colocação em pauta no Congresso Nacional de inacreditável projeto que afronta a tradição republicana e a democracia brasileira que torna o militar cidadão de segunda classe, mutilado em seus direitos cívicos.
Trata-se de expulsar militares da vida democrática ao levar os candidatos a cargos eletivos à automática passagem para a reserva.
Os militares sempre foram atores relevantes na vida política desde o Império. O Duque de Caxias foi senador e diversas vezes ministro e chefe de governo.
Nas eleições presidenciais, dois deles foram eleitos diretamente. Os marechais Hermes da Fonseca e Eurico Gaspar Dutra. Foram candidatos e não eleitos o Brigadeiro Eduardo Gomes, marechais Juarez Távora e Henrique Lott. Antes de 64 foram notáveis membros do Parlamento militares como Costa Cavalcanti, Menezes Cortes, Euclides Figueiredo, Epaminondas Santos, Mendes de Morais, Gilberto Marinho, Amaral Peixoto, Nei Braga e Caiado de Castro, entre outros. Eleitos eram afastados, mas continuavam na carreira. O presidente Castelo Branco limitou o tempo de afastamento para o exercício de cargos civis a dois anos.
Nossa tradição democrática sempre contou com a presença de militares. E na arrancada desenvolvimentista do regime militar, os grandes promotores do progresso foram militares como Jarbas Passarinho, Mario Andreazza, César Cals, Ozires Silva, Ruben Ludwig e nas estatais, como Petrobras, com Ernesto Geisel, Adhemar de Queiroz, Almirante Faria Lima. Uma elite de homens de bem, e competentes.
Logo, a ideia de discriminar é fruto de ressentimentos pelas vezes que o interesse nacional justificou a intervenção, como em 55, 64 e 68. A redemocratização foi projeto do presidente João Figueiredo. A mais não temos tido, infelizmente, militares relevantes na política, embora muitos oficiais das polícias militares e/ou da reserva tenham militância depois de afastados do serviço ativo. Hoje temos no Senado um oficial respeitado, como o General Hamilton Mourão e na Câmara o General Eduardo Pazuello, uma boa revelação.
Aprovar o projeto como o governo quer será um retrocesso e uma agressão a uma classe que tem prestado relevantes serviços ao Brasil desde sempre e certamente para sempre. O Brasil confia, respeita e admira seus militares. E recentemente mostraram compromisso com a democracia.
Não podemos prescindir da presença atenta dos militares aos quais tanto devemos.