Como e onde pesquisar sobre seus antepassados

Wilson Aquino, Jornalista e Professor, discorre sua livre opinião, a respeito dos obstáculos da vida, propondo soluções por um viés espiritual.

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Como e onde pesquisar  sobre seus antepassados
Wilson Aquino

O que você sabe sobre seus antepassados? Normalmente sabemos e comentamos somente sobre aqueles que convivem ou conviveram conosco até a terceira, quarta e quiçá, quinta geração. E além disso, o que sabemos? Quem eram eles? Onde viviam? O que faziam na vida? O que você também não sabe é que podes ser descendente de reis e rainhas e grandes nomes da história da humanidade por destaques nas artes da guerra, da ciência, da filosofia ou outras áreas. E o mais importante sobre o que você também não sabe é que muitas dessas informações genealógicas, que o liga aos seus antepassados, estão disponíveis agora mesmo para você e a qualquer cidadão em qualquer lugar do mundo. E o acesso a essa pesquisa de informações, com orientação técnica, é totalmente gratuita no Brasil e no mundo.

Essas informações fazem parte do maior banco de dados de genealogia do mundo e é formado graças à cooperação de arquivos de governos (certidões de nascimento, casamento, óbitos…) cartórios, igrejas (batismo, óbitos…) e bibliotecas. Uma iniciativa de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que, desde 1894, dedica tempo e recursos para coletar e compartilhar (sempre gratuitamente) registros de importância genealógica. O banco possui informações de mais de 3 bilhões de pessoas falecidas. Esse empenho foi facilitado primeiramente por meio da Sociedade de Genealogia e agora pelo Family Search (https://www.familysearch.org/pt/), uma organização sem fins lucrativos patrocinada pela igreja.

O Family Search fornece acesso às informações de 100 países, inclusive registros de nascimento, casamento e morte, censos, inventários e testamentos, registros de terras e mais. Esses registros estão disponíveis para o público gratuitamente no site acima mencionado, na mundialmente conhecida Biblioteca de História da Família, em Salt Lake City e por meio da rede de 4.600 Centros de História da Família em 126 país, inclusive o Brasil.

Os santos dos últimos dias, como são chamados os membros da igreja, fazem esse trabalho voluntário porque acreditam que as famílias podem permanecer unidas depois dessa vida. Portanto, consideram fundamental fortalecer os laços familiares com todos os membros da família, tanto as que estão vivas quanto as que já faleceram.

Acreditam também que a união eterna da família é possível por meio de cerimônias sagradas de selamento que acontecem em locais especiais, construídos por revelação e orientação de Deus, que são os Templos. As mesmas cerimônias realizadas pelos vivos podem ser feitas em favor dos mortos. Consequentemente, a pesquisa genealógica ou da história da família é uma precursora fundamental do trabalho do Templo para os mortos. Na crença dos santos dos últimos dias, os mortos têm a escolha de aceitar ou rejeitar as ordenanças realizadas em seu favor.

O interesse em História da Família não é limitado pela cultura, etnicidade ou crença religiosa. Por isso os recursos do Family Search estão disponíveis a todos que desejam saber mais sobre sua família e sua herança, desde registros de igreja na Europa a histórias passadas oralmente na África.

Como é uma organização sem fins lucrativos, o Family Search conta com o apoio de voluntários em todo o mundo. Esses voluntários ajudam a indexar registros diariamente, prestam assistência pessoal e compartilham seu conhecimento sobre pesquisa genealógica.

O G1 conta a história da aposentada e pesquisadora Ivone Zimmermann que conseguiu reconstituir a história de seus antepassados e se aproximar de parentes distantes, que antes eram desconhecidos.

Um trabalho de seis anos, entre pesquisas no CHF, descobertas em cartas antigas e viagens ao exterior, culminou na publicação do livro “Principessa Mafalda”, nome do navio que levou parte da família de Ivone da Argentina para o Brasil. Ela contou que, por meio das pesquisas no CHF, ela conseguiu chegar até a sétima geração.

A avó e o avô dela eram da Itália. A avó foi para a Argentina e o avô para o Brasil. Posteriormente, eles se casaram e tiveram seis filhos na Argentina. A sexta filha era mãe de Ivone. “Depois que nossa avó foi para o Brasil com os filhos no porão do navio, deixou os irmãos e os pais na Argentina. Nunca mais se viram”, contou Ivone. No Brasil, o casal teve mais sete filhos.

Ivone entrou em contato com sobrinhos da avó na Argentina e aos poucos recuperou parte da história que ainda não conhecia e hoje mantém contatos com parentes no país latino-americano e na Itália. “Esses parentes nós não conhecíamos. Tudo isso veio à tona com a pesquisa”, ressaltou.

O Family Search presta assistência pessoal (gratuita) tanto para historiadores experientes em história da família quanto para aqueles que estão apenas começando sua jornada genealógica. Essa ajuda pode ser acessada por meio da rede do Centro de História da Família (CHF) ou pelo contato com o suporte do Family Search pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone 0800-8916465 no Brasil.

Em Campo Grande e interior, os interessados podem ainda se dirigir a qualquer sede de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que em determinados dias e horários tem sempre um ou mais membros prontos para orientar e ensinar, na prática inclusive por intermédio da internet o acesso ao CHF. Como o acesso é livre a pessoa pode também fazer as pesquisas de sua própria casa, acessando ao site https://www.familysearch.org/pt/.

 


*Jornalista e Professor – Com informações de https://br.aigrejadejesuscristo.org/ e G1.