Diretora do FMI diz ser cedo para prever impacto econômico de conflito

“Estamos acompanhando muito de perto”, relata

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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Diogo Zacarias, Agência Brasil)

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que ainda é cedo para apontar quais serão os prováveis impactos econômicos para a economia mundial do atual confronto militar entre Israel e o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, no Oriente Médio,

“Estamos acompanhando muito de perto a forma como a situação evolui. Especialmente, como ela está afetando os mercados petrolíferos, mas ainda é muito cedo para dizer [algo] em termos de [potenciais] impactos econômicos”, declarou Georgieva a jornalistas que estão acompanhando a reunião anual do FMI, que acontece em Marrakech, no Marrocos. o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participa do evento.

Destacando que vários países têm sido afetados por catástrofes naturais, como o próprio Marrocos, onde, em setembro, um terremoto matou milhares de pessoas, e também por guerras “que causam perdas trágicas de vidas civis e um enorme sofrimento”, Georgieva disse que o mundo, “ainda enfraquecido pelo baixo crescimento econômico” global, passa por “choques graves que estão se tornando o novo normal”.

“Esta é uma nova nuvem no horizonte já não mais ensolarado da economia mundial. Uma nova nuvem desnecessária e que escurece o horizonte”, acrescentou a diretora-geral do FMI, lembrando que, em virtude do confronto entre Israel e Hamas, os preços do petróleo vêm flutuando nos mercados internacionais. “Vimos alguns altos e baixos nos preços do petróleo [ao longo da semana], como reação dos mercados. Estamos monitorando isso de perto.”

Conflito

No último sábado (7), o Hamas, grupo islâmico de resistência ao avanço israelense sobre o território palestino e que controla a Faixa de Gaza, deflagrou o mais ousado ataque contra o território israelense em décadas, atingindo civis e militares indistintamente, pela terra e pelos céus. A ofensiva provocou uma severa reação militar de Israel, que passou a bombardear ininterruptamente a Faixa de Gaza – um estreito pedaço de terra de cerca de 41 quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, banhada pelo Mar Mediterrâneo, onde vivem cerca de 2,2 milhões de palestinos.

Em seis dias de conflito, as autoridades palestinas afirmam já ter contabilizado ao menos 1.417 mortos em Gaza. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), ao menos 340 mil moradores de Gaza já tiveram que deixar suas casas e comunidades.

Israel, por sua vez, garante que mais de 1,3 mil pessoas de várias nacionalidades já morreram em consequência do ataque inicial do Hamas e dos mísseis que o grupo palestino continua lançando contra comunidades israelenses próximas à fronteira.

“Qual é a nossa reação a isso? É de cortar o coração ver civis inocentes morrendo. Um ataque de um lugar a outro e que causa reciprocidade na resposta e quem paga o preço? É o inocente quem paga o preço”, concluiu a diretora-geral do FMI.

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