Putin diz encerrar guerra se Ucrânia ceder três regiões e desistir da Otan
O Kremlin também exige que Kiev altere sua Constituição para garantir a neutralidade dos ucranianos
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A Rússia disse nesta segunda, 7, que está pronta para encerrar as operações militares se a Ucrânia cumprir suas exigências. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, as reivindicações incluem o reconhecimento da Crimeia e das regiões de Donetsk e Luhansk como território russo. O Kremlin também exige que Kiev altere sua Constituição para garantir a neutralidade dos ucranianos, que se comprometeriam a não aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Foi a declaração mais explícita dos termos que o presidente Vladimir Putin exige para interromper a invasão que ontem completou 12 dias. Os russos já controlam quase toda a costa do Mar Negro e avançam pelo norte rumo a Kiev e Kharkiv. Há relatos de que as tropas russas preparam um cerco das maiores cidades da Ucrânia.
Exigências
A lista de demandas da Rússia foi comunicada ontem à delegação da Ucrânia, em Belarus, na terceira rodada de negociações. Mesmo sem avanços no encontro, uma nova reunião foi marcada para quinta-feira, 10, entre os chanceleres Serguei Lavrov, da Rússia, e Dmitro Kuleba, da Ucrânia.
Ontem, Kuleba disse que os bombardeios russos estão impedindo a retirada de civis das cidades de Kiev, Mariupol, Sumy, Kharkiv, Volnovakha e Mykolayiv. Os EUA avaliaram que a Rússia já comprometeu praticamente 100% de todas as tropas mobilizadas para a invasão da Ucrânia. Os russos lançaram mais de 625 mísseis, principalmente terra-ar, de curto e médio alcance, e mísseis de cruzeiro, segundo autoridades americanas.
Destruição
De acordo com o ministro ucraniano da Infraestrutura, Oleksander Kubrakov, o país já contabiliza US$ 10 bilhões em danos a sua infraestrutura desde o início da invasão – 0 que inclui prédios públicos, hospitais, usinas, escolas, aeroportos, portos e fábricas.
Mais de 1,7 milhão de ucranianos que fogem da guerra já cruzaram a fronteira com países da Europa Central, segundo informou ontem a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) – mais de 1 milhão apenas na Polônia. O fluxo é o pior na Europa desde a 2.ª Guerra, que provocou a fuga de 20 milhões de pessoas de seus países.
A crise humanitária se aprofundou ontem com muitas cidades relatando falta de comida, energia, água e remédios. O governo ucraniano acusou a Rússia de usar táticas “medievais” de cerco para subjugar a população. A situação deve piorar no meio da semana com a chegada de uma frente fria do Ártico, segundo os meteorologistas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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