Abramovich teve sintomas de envenenamento após Ida a Kiev

ucranianos que participaram de negociações com a Rússia desenvolveram sintomas de possível envenenamento

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Foto: Reprodução/Twitter

O magnata russo Roman Abramovich e dois enviados ucranianos que participaram de negociações com a Rússia desenvolveram sintomas de possível envenenamento após uma reunião em Kiev no mês passado, afirmou ontem o Wall Street Journal.

Abramovich apresentou um quadro de irritação nos olhos e descamação da pele das mãos e do rosto, segundo o jornal nova-iorquino, que atribui o possível ataque a “elementos radicais em Moscou” que tentaram boicotar negociações com a Ucrânia. Um parente do magnata disse, porém, que não tinha certeza da identidade de quem tentou envenená-lo. Especialistas ainda não conseguiram determinar a causa dos sintomas.

Segundo a publicação, o quadro de saúde do dono do Chelsea não é grave e ele não corre risco. Abramovich estava viajando entre Lviv, Moscou e outras cidades em um esforço de mediação entre os governos russo e ucraniano. Fontes disseram ser difícil determinar se o possível envenenamento foi causado por um agente químico, biológico ou radiação eletromagnética. Questionado sobre a suspeita, o negociador ucraniano Rustem Umerov pediu que as pessoas a não confiem em “informações não verificadas”.

O Kremlin, que foi responsabilizado por outros casos de envenenamento, como o do opositor Alexei Navalni e do ex-agente russo Alexander Litvinenko, não se manifestou sobre o caso. Uma autoridade dos EUA disse à Reuters, em condição de anonimato, que a inteligência americana sugere que o caso teria sido causado por um fator ambiental, não envenenamento.

Após a invasão da Ucrânia, Abramovich foi alvo de sanções no Reino Unido e anunciou a venda do Chelsea, tradicional clube londrino comprado por ele em 2003. O magnata tinha uma relação próxima com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que, em discurso recente, criticou russos que “vivem um modo de vida ocidental”, em referência a oligarcas radicados em Londres.

Segundo o jornal britânico The Times, Abramovich entregou a Putin uma carta do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. O russo, no entanto, teria rejeitado os termos de paz propostos.

Caçada

As sanções da União Europeia, do Reino Unido e dos EUA contra bilionários russos, em resposta à invasão da Ucrânia, iniciou uma caçada aos superiates ligados aos empresários. Segundo uma reportagem da BBC, muitos deles acabaram fugindo para países que não adotaram as sanções, como Maldivas, Turquia e Emirados – ou permanecem no mar. Dois destes superiates são ligados a Abramovich. A BBC informou que eles estão atracados na Turquia.

Iates

Segundo o jornal, as embarcações estão na lista de rastreamento da Lloyd’s List Intelligence. Os especialistas em dados de navegação monitoram os dispositivos de rastreamento a bordo e compartilharam essas informações, permitindo que as rotas dos superiates dos oligarcas russos sejam traçadas.

Na semana passada, um barco cheio de jovens ucranianos tentou impedir que o superiate MY Solaris, que pertenceria a Abramovich, atracasse em Bodrum. O outro iate ligado ao bilionário, o Eclipse, o segundo maior do mundo, com valor estimado em R$ 7 bilhões, navegou para Marmaris. Ambas cidades ficam na Turquia.

O MY Solaris é estimado em US$ 600 milhões e partiu de Barcelona em 8 de março, onde estava passando por reparos. Atracou em Tivat, em Montenegro, dias depois que Abramovich foi alvo de sanções do Reino Unido.

A embarcação deixou Tivat e estava navegando ao largo da costa oeste grega quando a UE também anunciou sanções a Abramovich, no dia 15. A Turquia disse que “não tem intenção” de aderir às sanções contra os russos e, ao contrário da maioria dos países europeus, ainda permite voos diretos da Rússia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).