Guido Melgar, vice-ministro da Justiça da , disse nesta segunda (24) que existe uma criança registrada formalmente como filha do ex-presidente com uma menor que tinha 16 anos no momento do parto, em agosto de 2016. O caso serve de base, segundo Melgar, para uma segunda denúncia contra Evo por suposta relação com menor de idade.

Na semana passada, o Ministério da Justiça já havia apresentado ao Ministério Público uma denúncia penal contra o ex-presidente por ter mantido outro suposto relacionamento com uma menor. Os crimes, segundo Melgar, seriam de “estupro e tráfico de pessoas”

Nos últimos dias, circularam na imprensa boliviana e nas redes sociais fotos de Evo com uma jovem identificada como N.M., hoje com 19 anos. O ex-presidente de 60 anos está exilado na Argentina desde o fim do ano passado, após renunciar em meio a uma revolta social.

“A menor existe, a mãe existe e a criança tem Juan Evo Morales Ayma como pai registrado”, afirmou Melgar. Segundo ele, o órgão recebeu uma denúncia anônima, corroborada pelo Registro Civil e pelo Serviço Geral de Identificação Pessoal. A documentação foi enviada ontem à Defensoria da Criança e do Adolescente de La Paz, para que o órgão possa apresentar uma ação criminal.

No fim de semana, Evo disse que as acusações são parte de uma “guerra suja” contra ele. Segundo o Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente, as denúncias são incentivadas pelo governo interino, comandado por Jeanine Áñez, e têm objetivo político. As eleições, que já foram adiadas três vezes, estão marcadas para 18 de outubro.

Evo foi presidente por 13 anos, de 2006 a 2019, e insistiu em se candidatar a um quarto mandato, mesmo após ser derrotado em um referendo feito para mudar a Constituição e permitir sua candidatura – que acabou sendo autorizada pela Justiça.

Ele acabou sendo o mais votado na eleição de outubro e deveria disputar um segundo turno contra o ex-presidente Carlos Mesa, mas a apuração foi interrompida por uma queda de . Quando foi retomada, Evo estava matematicamente eleito no primeiro turno. As suspeitas de levaram a população às ruas. O Exército e a retiraram seu apoio ao presidente, que renunciou e fugiu do país – primeiro para o México, depois para a Argentina. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.