Nos EUA, sul-mato-grossenses relatam de ‘nervos à flor da pele’ a ‘vida normal’ em eleição
Se o Brasil espera com ansiedade o resultado das eleições dos Estados Unidos, sul-mato-grossenses que moram por lá relatam desde ‘nervos à flor da pele’ até tranquilidade e ritmo de vida normal, enquanto a indefinição se arrasta por pelo menos três dias. Bem diferente do sistema eleitoral brasileiro, nos Estados Unidos, além do voto não […]
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Se o Brasil espera com ansiedade o resultado das eleições dos Estados Unidos, sul-mato-grossenses que moram por lá relatam desde ‘nervos à flor da pele’ até tranquilidade e ritmo de vida normal, enquanto a indefinição se arrasta por pelo menos três dias. Bem diferente do sistema eleitoral brasileiro, nos Estados Unidos, além do voto não ser obrigatório, as pessoas têm o ‘dia da eleição’, mas também podem registrar a escolha por correio.
A contagem dos votos também é diferente e, para ser presidente daquele país, é preciso que o candidato chegue aos 270 votos do Colégio Eleitoral. Ou seja, quando votam, os eleitores estão decidindo para quem vão ‘entregar’ os delegados de seus estados. São estes os representantes e os que fazem parte do Colégio Eleitoral, que são 538 – vence quem alcançar 270.
“A turma do Trump [atual presidente, Donald Trump] está nas ruas com bandeiras e buzinas, fazem carreata, como se tivessem ganhado as eleições. Cada vez que o presidente vai na TV fazer declarações sobre fraude nas urnas ou declarar vitória antes do final, o clima fica mais tenso”, conta a jornalista Lídia Souza, 36 anos, que mora na Flórida, estado onde o atual presidente venceu. Ela mora em Boca Raton há um ano.
Para votar, imigrante precisa ser legalizado como cidadão. No caso dela, a autorização para viver no País é de residente permanente, portanto, ela ainda não pode participar do processo eleitoral.
Segundo Lídia, muitos moradores, mesmo com dupla cidadania, estão mais preocupados com a economia local do que com a questão imigratória. Ela explica que, nos Estados Unidos, o morador precisa declarar quanto ganha e só depois pagar impostos. Por isso, os que vivem de forma ilegal acabam não pagando tributos. “Galera de classe média se preocupa com esses indocumentados que não pagam”.
Regis Souza, 48 anos, mora há 14 anos em Myrtle Beach, Carolina do Sul. Apesar do tempo na país, ainda não tem permissão para votar, mas acompanha o rumo das eleições em tempo real. “Está tranquilo [o clima]. Aqui o Trump ganhou. Agora estou vendo aqui que Biden está liderando Georgia e Pensilvânia”.
A ansiedade em descobrir o resultado cresce na medida em que surgem falas sobre fraudes e pessoas incitando a violência. “Alguns republicanos dizendo que a eleição foi fraudada e outros como Steve Bannon [ex-assessor de Trump] incentivando violência, isso preocupa”, afirma Regis, que trabalha na construção civil e no reforço de casas contra furacão nos Estados Unidos.
Votando pela primeira vez
Empresária de 45 anos que mora há 13 anos nos Estados Unidos conta sobre a primeira vez que vota como cidadã americana. Assim como seu nome, ela prefere manter também em sigilo o candidato a presidente escolhido. “Meu estado Missouri tem tradição republicana. Fiquei feliz em votar e participar desse ato democrático”.
Ela acredita que o resultado deve sair só semana que vem, porque a data final de Nevada é 9 de novembro, por causa dos votos enviados por Correio. “É um absurdo, mas a vida para gente continua normal”. Pelo menos no tempo que em mora no país, essa é a primeira vez que o resultado demora tanto para sair. “Os resultados costumam sair na mesma noite”.
Como está a situação
Joe Biden é do Partido Democrata e, segundo sites internacionais replicados pelos canais de informações brasileiros, ultrapassou Donald Trump, do Partido Republicano, em dois estados (Pensilvânia e na Geórgia) nos quais o candidato da situação vencia até então.
Atualmente, o democrata tem 264 votos e pode superar os 270 necessários para ser eleito se vencer na Geórgia, em Nevada ou na Pensilvânia. Para ganhar, Trump precisa vencer na Carolina do Norte e virar o resultado na Geórgia, na Pensilvânia ou em Nevada.
Os EUA não têm um órgão oficial de divulgação em tempo real, como faz, por exemplo, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Portanto, as projeções feitas pela imprensa referentes aos votos dos colégios eleitorais são relevantes.
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