Ex-presidente da França é detido para interrogatório sobre dinheiro ilegal

Investigação sobre a suspeita de financiamento ilegal da Líbia

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Investigação sobre a suspeita de financiamento ilegal da Líbia

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi detido nesta terça-feira (20) para interrogatório. Ele está sendo ouvido nesta manhã na delegacia especializada na luta contra corrupção e crimes financeiros e fiscais, em Nanterre, na periferia de Paris.

Este é o primeiro depoimento do ex-presidente (2007-2012) nesta investigação sobre a suspeita de financiamento ilegal da Líbia para sua campanha presidencial vitoriosa de 2007.

A investigação foi iniciada em 2013, e a Justiça suspeita que o então candidato Sarkozy tenha recebido 500 mil euros do ex-presidente líbio Muamar Kadafi.

Parte do dinheiro teira sido entregue em malas ao ex-diretor de gabinete de Sarkozy, Claude Gueant que já foi indiciado por fraude fiscal.

Ele é investigado por corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, falsidade e uso de falsificação, apropriação indébita de bens sociais e lavagem de dinheiro, cumplicidade e ocultação dessas ofensas.

Sarkozy, que deixou o poder em maio de 2012, sempre negou formalmente as acusações, feitas por várias autoridades líbias. A lei prevê que a detenção para interrogatório pode durar até 24 horas, com direito a prorrogação.

Outros escândalos

O ex-presidente já foi envolvido em outros escândalos de financiamento ilegal de campanhae esta não é a primeira vez que depõe na Justiça, suspeito de corrupção.

Em 2013, chegou a ser indiciado por abuso de pessoa vulnerável, no caso da proprietária da L’Oréal, Liliane Bettencourt. Suspeito de ter visitado em 2007 a bilionária, idosa e considerada psicologicamente frágil, com o objetivo de arrecadar fundos ilegais para financiar sua campanha naquele ano, ele foi finalmente inocentado no caso

Ex-colaboradores e representantes do partido Os Republicanos de Sarkozy e de outros partidos de oposição, questionam se a atual detenção do ex-presidente é justificada e se não houve interferência do poder executivo no trabalho da Justiça.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, que pertenceu ao mesmo partido, não quis comentar a atual detenção de Sarkozy. Representantes do governo lembram que a Justiça é livre na França.