Estrangeiros são vítimas de tiroteio motivado por ódio racial na Itália
Atirador foi preso na escadaria de monumento
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Atirador foi preso na escadaria de monumento
Seis pessoas de origem africana folam baleadas neste sábado por um jovem vinculado à ultradireita em Macerata, centro da Itália, uma ação motivada por ódio racial, segundo autoridades.
O homem, que atirou de dentro do seu carro, foi preso sem oferecer resistência.
“Há seis feridos, todos estrangeiros”, informou o prefeito Romano Carancini após o tiroteio desta manhã, que gerou pânico no centro da cidade, de 43 mil habitantes.
Os seis feridos são cidadãos de Mali, Gana e Nigéria, segundo a agência de notícias Agi.
O suspeito, identificado pela imprensa como Luca Traini, 28, era interrogado pela polícia horas depois.
“Foi um ato de evidente ódio racial”, estimou o ministro italiano do Interior, Marco Minniti, após uma reunião com as forças de ordem locais.
O ataque é fruto de uma cultura “de extremismo de direita com referências claras ao fascismo e nazismo”, acrescentou o ministro, assinalando que o único vínculo entre as vítimas “era a cor de sua pele”.
O atirador foi preso na escadaria do monumento aos mortos da cidade, segundo imagens de TV.
Após parar seu carro em frente ao monumento, tirou o casaco, enrolou a bandeira italiana ao redor do pescoço, fez a saudação fascista e gritou “Viva a Itália!”, informou a imprensa local, citando testemunhas.
A polícia encontrou uma arma no carro do suspeito, que, segundo a imprensa, admitiu os fatos. Ele abriu fogo em oito pontos diferentes da cidade, e o escritório do Partido Democrata (centro-esquerda, no poder) teria sido um dos alvos.
Candidato da Liga Norte
Luca Traini foi candidato da Liga do Norte, partido de ultradireita antimigração e antieuropeu, nas eleições administrativas em uma localidade da região em 2017.
“Alguém que atira é um criminoso, não importando a cor de sua pele”, reagiu o responsável da Liga Norte, Matteo Salvini, que faz campanha eleitoral para as legislativas de 4 de março, antes de denunciar a “invasão migratória” na Itália.
“O ódio e a violência não irão nos separar”, declarou o chefe de governo italiano, Paolo Gentiloni.
Nenhuma ligação foi estabelecida pela polícia entre este tiroteio e uma notícia amplamente coberta há dois dias pela imprensa nacional.
A polícia encontrou nesta sexta-feira, na casa do nigeriano, roupas da vítima e uma faca com traços de sangue.
A jovem assassinada, Pamela Mastropietro, havia escapado segunda-feira de um centro de desintoxicação localizado em Corridonia, localidade onde o suspeito do tiroteio disputou eleições.
“Ele estava apaixonado por uma jovem romana com problemas de toxicomania”, afirmou ao jornal “La Repubblica” uma colaboradora da Liga Norte de Macerata, sem poder afirmar se se tratava de Pamela.
Pessoas ligadas à jovem e ouvidas por uma TV italiana descartaram que ela conhecesse Traini.
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