Battisti pode se asilar em embaixada, diz mãe de seu filho

Ansa A mãe do filho caçula de Cesare Battisti, Priscila Luana Pereira, afirmou que o italiano, foragido desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou sua prisão no último dia 13 de dezembro, já pensava em pedir asilo político em alguma embaixada. Em entrevista exclusiva ao jornal “Folha de S.Paulo” publicada […]

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A mãe do filho caçula de Cesare Battisti, Priscila Luana Pereira, afirmou que o italiano, foragido desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou sua prisão no último dia 13 de dezembro, já pensava em pedir asilo político em alguma embaixada. Em entrevista exclusiva ao jornal “Folha de S.Paulo” publicada neste domingo (30), a professora de 33 anos relatou ter encontrado seu ex-companheiro pela última vez em outubro, em Cananeia, no litoral paulista, onde Battisti vivia.

Segundo Priscila, ele andava extremamente preocupado. “Não [falava em fugir]. Ele estava cogitando estar numa embaixada que fosse amiga. Mas não sei de que país seria”, disse ela à publicação, ressaltando que não faz ideia sobre seu paradeiro.

Priscila mora em São José do Rio Preto e conheceu o europeu durante uma viagem que fez para Cananeia, em 2012. Entre idas e vindas, os dois mantiveram um relacionamento entre 2012 e 2017.

“[Ele] é pacífico, tranquilo, amoroso, simples, um paizão”, ressaltou. O ex-guerrilheiro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970. “Ele é um injustiçado. Não acredito que seja culpado. Ele nunca confessou nenhum crime. Ele assumiu conspiração [na organização], mas morte de sangue, eu não acredito. Não acredito que tenha cometido [assassinatos]”, afirmou Priscila.

No último dia 13, Fux decretou a prisão de Battisti atendendo um pedido da Interpol. Um dia depois, o atual presidente, Michel Temer, assinou um decreto autorizando a extradição do italiano para o país europeu. Battisti se diz inocente, mas para as autoridades italianas, ele é considerado terrorista. No Brasil desde 2004, o ex-guerrilheiro foi preso três anos depois. Na época, o governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo STF.

Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte. No entanto, desde sua campanha eleitoral, o presidente eleito Jair Bolsonaro se diz favorável à extradição de Battisti. “A situação política é desfavorável. Só que ele não pode ficar sujeito a isso. Troca-se o governo, troca-se o presidente, e ele paga?”, indagou Priscila.