Na ONU, aliados e opositores dos EUA confrontam decisão sobre Jerusalém

Trump reconheceu Jerusalém capital de Israel

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Trump reconheceu Jerusalém capital de Israel

Em reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas hoje (8) convocada pelo Reino Unido, França, Suécia, Bolívia, Uruguai, Itália, Senegal e Egito, todos os membros do órgão, menos os Estados Unidos, se posicionaram contra a decisão tomada pelo presidente Donald Trump da última quarta-feira (6) de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e mudar a sua embaixada para a cidade considerada sagrada para muçulmanos, judeus e cristãos.

O enviado da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, alertou que há grande risco de escalada na violência na região como resposta à decisão de Trump. “Há um sério risco hoje de que possamos ver uma cadeia de ações unilaterais que só podem nos empurrar ainda mais para longe de atingir o objetivo comum da paz”, disse ele ao Conselho de Segurança.

Aliados tradicionais dos Estados Unidos também se posicionaram contra a decisão. O Reino Unido afirmou que mantém sua posição de que Jerusalém é um tópico que deve ser deixado para um acordo final de paz entre palestinos e israelenses. “Nós dissemos isso muitas e muitas vezes e a reunião desta manhã não é uma exceção”, afirmou ele.

A França também afirmou que os dois lados do conflito devem concordar sobre o status de Jerusalém, mesma posição do Japão, que minimizou a crítica ao dizer que aprecia o reconhecimento de Trump de que o status final da cidade deve ser acordado entre as partes.

Paz e segurança

O representante da Suécia disse que este é o momento para levar adiante um acordo de paz que permita aos estados de Israel e da Palestina viverem lado a lado em paz e segurança, com Jerusalém como capital de ambos.

O Uruguai declarou que apoia as resoluções anteriores da Assembleia Geral das Nações Unidas e do Conselho de Segurança que reafirmam o caráter de Jerusalém como um “corpus separatum” que deve ser submetido a um regime especial, e demonstrou preocupação com a decisão norte-americana, que não contribui para alcançar um acordo justo e completo.

A  Bolívia também lembrou das resoluções dos órgãos da ONU e se opôs à decisão americana, assim como a Itália, que disse que manterá sua embaixada em Tel Aviv.

Ao final da reunião, representantes europeus, entre eles França e Reino Unido, leram um comunicado representando a posição da Europa, que demonstrava desacordo com a decisão dos EUA que, segundo eles, não está alinhada com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e não ajuda na perspectiva de paz para a região. “Jerusalém deve ser a capital de ambos os estados. Até lá, não deve haver soberania sobre Jerusalém”, diz o comunicado.