Pular para o conteúdo
Mundo

Jornal onde repórter assassinada no México colaborava fecha por insegurança

Em 2016, o México registrou um recorde de 11 jornalistas assassinados
Arquivo -

Em 2016, o registrou um recorde de 11 jornalistas assassinados

O jornal mexicano Norte, que circula em Ciudad Juárez e com o qual a repórter Miroslava Breach, assassinada em 23 de março, colaborava, anunciou neste domingo (2) que deixará de publicar sua edição impressa porque não há garantias nem segurança para exercer um “jornalismo crítico”.

Em um artigo intitulado “Adeus!”, o diretor do jornal, Oscar Cantú, afirmou que a “morte trágica e sentida” de Breach o levou a refletir sobre as condições adversas em que se exerce o jornalismo, onde “o alto risco é o ingrediente principal”.

Breach, de 54 anos, escrevia sobre narcotráfico, crime organizado e corrupção política no estado de Chihuahua (norte). Ela foi a terceira jornalista assassinada em um mês no México, o terceiro país mais perigoso do mundo para esse ofício, atrás da Síria e do Afeganistão, segundo a ONG Repórteres sem fronteiras.

Dias depois do assassinato de Breach, um quarto jornalista foi baleado no estado de Veracruz, no leste do país, fazendo de março um mês de violência sem precedentes, segundo a ONG de proteção a jornalistas Artículo 19.

“As agressões mortais contra jornalistas e a impunidade ficaram em evidência, nos impedindo de continuar livremente com nosso trabalho”, afirmou Cantú na nota editorial, acrescentando que esta seria a última edição impressa do jornal.

Cantú, que assegura que nos seus 27 anos de publicação o jornal recebeu ataques “de particulares e governos por ter colocado em evidência suas más práticas e atos de corrupção”, disse que o fechamento também foi motivado pelo “incumprimento irresponsável” de pagamentos por serviços prestados a entidades do governo.

Ciudad Juárez, na fronteira com Estados Unidos, foi durante anos uma das cidades mais violentas do México, devido às disputas entres cartéis para controlar as rotas de envio de drogas ao país vizinho.

“Tudo na vida tem um início e um fim, um preço a se pagar. E se este é a vida, não estou disposto a que o pague mais nenhum dos meus colaboradores”, concluiu o diretor do Norte.

Em 2016, o México registrou um recorde de 11 jornalistas assassinados, segundo dados da Artículo 19.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Antes de show de Gian e Giovani, arquibancada desaba e deixa 30 pessoas feridas em SP

Encerram neste domingo inscrições para concurso da Câmara de Ladário

Neymar rebate pergunta feita por repórter sobre seu estado de saúde: ‘De novo isso, mano?’

Vitória do São Paulo sobre o Corinthians mantém invencibilidade do tricolor em casa no Brasileirão

Notícias mais lidas agora

Motociclista que morreu em acidente na Av. Ceará estava acompanhado do filho

Após sanção dos EUA a Moraes e ‘aliados’, expectativa é por voto de Fux

Domingo tem feiras, apresentações e atividades para a criançada em Campo Grande

Ex-presidente da CBF, José Maria Marin morre aos 93 anos

Últimas Notícias

Mundo

Enchentes e deslizamentos matam 17 pessoas na Coreia do Sul

Onze pessoas permanecem desaparecidas

Polícia

16 anos após cometer homicídio, homem é preso em Campo Grande

Fabrício Mansano Lima é acusado de participar do homícidio de Wellington Nilton da Silva de Sousa, no dia 14 de setembro de 2009

Brasil

AGU pede ao STF investigação de investimentos suspeitos em dólar no Brasil antes do tarifaço de Trump

O pedido ocorre diante de suspeitas de uso de informações privilegiadas em operações atípicas de câmbio, realizadas antes e depois do anúncio da taxação aplicada ao Brasil pelo governo norte-americano

Brasil

Maior do mundo: Brasil inaugura biofábrica de mosquitos Wolbitos para o combate à dengue

A biofábrica terá capacidade de produzir 100 milhões de ovos de mosquitos por semana; o objetivo é reduzir os números de casos de arboviroses no país