‘Censura’ do Facebook permite vídeos de suicídios e abortos, diz jornal

Manual de política de mediação da rede social foi revelado por jornal

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Manual de política de mediação da rede social foi revelado por jornal

A política de mediação do Facebook, que retira do ar publicações e comentários que possam ser considerados ofensivos ou odiosos por usuários da rede social, é considerada contraditória pelos moderadores do site.

O jornal britânico “The Guardian” teve acesso aos manuais de moderação confidenciais distribuídos aos moderadores. Segundo o jornal, há inconsistências em certas políticas do manual.

Transmissões ao vivo de suicídio e de autoflagelação, por exemplo, são permitidas, pois a rede social “não quer censurar ou punir pessoas que estão sofrendo”, segundo o manual. Vídeos de aborto, que não mostrem nudez, também seriam permitidos.

O manual segue dando instrução para tratamento de discursos violentos, de ódio, terrorismo, pornografia, racismo, autoflagelação e até canibalismo.

Outro ponto do manual é a proibição de comentários que remetam a ameaças de morte ao presidente dos EUA, Donald Trump. Ele estaria em uma categoria protegida.

A reportagem cita, em contrapartida, a liberação de comentários como “quebrar o pescoço de uma vadia”, porque esse tipo de ameaça não seria “crível”. Escrever “vamos bater em crianças gordas” também não teria esse tipo de sanção pelo mesmo motivo.'Censura' do Facebook permite vídeos de suicídios e abortos, diz jornal

Maus-tratos a animais e vídeos de mortes violentas também nem sempre são retirados do ar pelo site, com exceção de casos apontados como “perturbadores”.

A chefe de gerenciamento de políticas globais do Facebook, Monika Bickert, disse que é difícil chegar a um consenso sobre o que permitir ou não na rede.

“Temos um público muito diversificado, as pessoas têm diferentes ideias sobre o que é correto compartilhar. Um exemplo é identificar se algo é satírico ou de conteúdo inapropriado”, disse Monika.

(com supervisão de Evelin Cáceres)

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