Tunísia prende três pessoas ligadas a Anis Amri
Sobrinho do autor está entre os três presos
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Sobrinho do autor está entre os três presos
Três extremistas islâmicos ligados ao tunisiano suspeito de ser o autor do atentado de Berlim, Anis Amri, entre eles seu sobrinho, foram presos na sexta-feira, anunciou neste sábado o ministério tunisiano do Interior.
As autoridades não informaram se os detidos teriam alguma ligação direta com o atentado de segunda-feira à noite na capital alemã.
Segundo um comunicado, esses três suspeitos são membros de uma “célula terrorista (…) ligada ao terrorista Anis Amri que cometeu o ataque de Berlim” e que foi morto na sexta pela polícia italiana em Milão.
“O sobrinho confessou que estava em contato com o seu tio através do aplicativo criptografado Telegram para escapar da vigilância policial”, indicou o ministério, acrescentando que ele havia prometido fidelidade ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) em um vídeo enviado para Anis Amri.
O sobrinho, apresentado como o filho da irmã de Anis Amri, também confessou que este último havia “enviado dinheiro” por correio sob uma falsa identidade para ajudá-lo a se juntar a ele na Alemanha, de acordo com o ministério.
O sobrinho também disse que seu tio era o “emir” de um grupo jihadista com sede na Alemanha e conhecido como a brigada “Abu al-Walaa”.
As três pessoas presas têm entre 18 e 27 anos e a “célula terrorista” à qual pertencem é ativa entre Fuchana, ao sul de Tunis, e Ueslatia, cidade da família Amri no centro do país, disse o ministério.
Anis Amri, de 24 anos, havia prometido fidelidade ao EI de acordo com um vídeo divulgado pela agência de propaganda da organização terrorista.
Ele foi morto na madrugada da última sexta-feira durante um controle policial “por acaso” em Milão, pondo fim a uma caçada de quatro dias em toda a Europa.
Ele é acusado de matar doze pessoas e ferir 50 outras na segunda-feira em um mercado de Natal em Berlim.
Na Alemanha, as autoridades continuavam neste sábado a investigar o atentado de Berlim, à procura de possíveis cúmplices que poderiam tê-lo ajudado a entrar na Itália, apesar da polícia em seu encalço.
“Para nós, agora, é de grande importância determinar se na preparação e execução” do ataque ao mercado de Natal “e na fuga do suspeito, houve uma rede de apoio, uma rede ajuda, cúmplices ou pessoas”, ressaltou o procurador Peter Frank.
Os investigadores devem, em primeiro lugar, reconstituir a rota exata do tunisiano Anis Amri de Berlim até Milão, explicou Frank.
Como conseguiu chegar à Itália ?
“Como ele conseguiu chegar à Itália a partir de Berlim?”, questionava neste sábado o jornal Bild, surpreso com o fato de que o tunisiano escapou mesmo com todas as forças de segurança à sua procura.
De acordo com a polícia italiana, o homem passou pela França para chegar a Milão, onde foi morto na madrugada de sexta-feira por um policial durante um controle de rotina perto de uma estação de trem.
Em sua mochila, os investigadores encontraram uma passagem que comprova que ele embarcou em Chambéry, no leste da França, e passou por Turim antes de chegar à noite em Milão, segundo a imprensa alemã.
Também na França, “a sub-direção anti-terrorista da polícia judiciária é questionada (…) e está conduzindo extensas verificações”, segundo o diretor-geral da Polícia Nacional (NPD) francesa, Jean Marc Falcone.
A polícia alemã quer saber ainda se a arma utilizada em Milão é também aquela usada para matar um polonês, motorista do caminhão utilizado no ataque.
Alguns investigadores vão continuar trabalhando no caso durante as festas de final de ano, indicou o chefe da polícia judiciária alemã, Holger Münch.
Merkel promete mudanças
As autoridades alemãs devem agora começar a tranquilizar uma opinião pública preocupada após o ataque, que também revelou falhas significativas nas medidas de luta contra o terrorismo no país.
As autoridades não conseguiram deter Anis Amri, apesar de o tunisiano ser conhecido há tempos por sua radicalização e periculosidade.
A chanceler alemã anunciou que “todos os aspectos” do caso serão examinados.
“Vamos agora examinar intensamente o que precisa ser mudado no arsenal de medidas disponíveis para o Estado” alemão, acrescentou.
Trata-se de determinar como monitorar melhor os indivíduos perigosos e como expulsar rapidamente ou deter até à sua partida os migrantes que não receberam autorização para permanecer no país.
Anis Amri teve seu pedido de asilo rejeitado e, portanto, em princípio, poderia ter sido deportado.
Neste contexto, o presidente alemão Joachim Gauck pediu em sua mensagem de Natal transmitida neste sábado para que os alemães não cedam “ao medo”.
“Precisamente em tempos de ataques terroristas não devemos aumentar as divisões em nossa sociedade” ou “condenar de uma maneira geral um grupo de pessoas”, disse ele, em uma alusão aos refugiados.
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