Ataque em Nice: três brasileiros continuam desaparecidos
O número de desaparecidos era antes de sete pessoas
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O número de desaparecidos era antes de sete pessoas
Três brasileiros que estavam em Nice no momento do atentado que matou pelo menos 84 pessoas, na noite de quinta-feira, continuam desaparecidos, disse à BBC Brasil a cônsul-geral do Brasil em Paris, Maria Edileuza Fontenele Reis.
O número de desaparecidos era antes de sete pessoas, mas quatro haviam simplesmente deixado de informar às famílias que estavam bem. Um deles já havia até viajado para outro país europeu.
Entre os três brasileiros desaparecidos está a carioca Elizabeth Cristina de Assis Ribeiro, que mora na Suíça e é mãe de Kayla, menina de seis anos, que faleceu no atentado.
A morte da criança, de nacionalidade suíça e que não tinha passaporte brasileiro, já foi confirmada pela família, mas seu nome ainda não consta nas duas listas de vítimas fatais do atentado divulgadas entre sábado e a manhã deste domingo pelo ministério francês das Relações Exteriores.
Isso porque a identificação dos corpos exige uma série de exames, como o de DNA, para atestar oficialmente o óbito, até para efeitos jurídicos, como pedidos de indenização junto a seguradoras.
“Não há brasileiros nestas listas de vítimas fatais. Estamos acompanhando isso de perto, em contato permanente com as autoridades francesas”, completou a cônsul.
A Interpol participa do processo de identificação das vítimas. Um membro brasileiro da Interpol, com sede em Lyon, na França, integra a equipe no centro de crise em Nice.
Até o momento, 16 vítimas fatais do atentado, cometido com um caminhão frigorífico pelo tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel ainda não foram identificadas.
Dos cerca de 300 feridos, segundo novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde neste domingo, 85 permanecem hospitalizados, sendo que 18 deles estão entre a vida e a morte. Elizabeth foi vista sendo levada por bombeiros após o ataque.
As autoridades brasileiras ainda não obtiveram a informação sobre o hospital onde ela poderia estar internada, afirma a cônsul. Esse problema não ocorre apenas nos casos dos brasileiros desaparecidos até o momento. Muitos têm enfrentado dificuldades para localizar seus familiares nos hospitais em Nice e seus arredores.
Há inúmeros relatos na imprensa francesa de pessoas que passam o dia à busca de parentes nos hospitais da cidade.
Em uma entrevista à rede TV BFM no sábado, Inês, mãe de Elizabeth, protestou contra a demora das autoridades francesas em fornecer informações e identificar as vítimas.
“Sabemos que a Kayla faleceu, mas não conseguimos recuperar o corpo, não sabemos onde ela está. Minha filha, que também estava no acidente, foi transportada pelos bombeiros e ninguém sabe onde ela está”, disse Inês.
“Quero explicações. Disseram que é preciso esperar até terça-feira. Se o problema é que os hospitais e o necrotério estão lotados, eles deveriam pegar uma pessoa de cada vez para reconhecer o corpo”, disse Elizabeth.
Elizabeth e a família estavam a passeio em Nice. Seu marido, o suíço Sylian, e as outras duas filhas do casal, de quatro anos e de seis meses, não ficaram feridos no ataque.
Segundo a cônsul, os outros dois brasileiros desaparecidos até o momento, cujos nomes não foram revelados, podem ter se esquecido de avisar a família, como nos ocorreu nos outros casos.
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