Após ataque, Iraque promete endurecer leis contra terrorismo

Carro foi atacado com pedras e até sapatos

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Carro foi atacado com pedras e até sapatos

O governo do Iraque prometeu nesta segunda-feira (4) endurecer as punições e esforços contra o terrorismo, após o atentado suicida que deixou no domingo mais de 210 mortos e 230 feridos na capital Bagdá.

Em comunicado, o Ministério da Justiça disse que as autoridades judiciais aplicarão “muito em breve” as penas de morte a “um grupo de criminosos sentenciados conforme à lei antiterrorista”.

O governo também apresentou suas condolências aos familiares das vítimas do atentado. “Nos comprometemos a prosseguir aplicando o castigo justo a todos os que tentem prejudicar ou aterrorizar o povo iraquiano”, destacou o ministério na nota.

A mensagem foi divulgada horas mais tarde de o primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, prometer uma dura resposta ao EI. Ele pediu ao Comando de Operações de Bagdá que acelere os esforços para estabelecer um “cinturão de segurança” ao torno da capital.

Segundo o primeiro-ministro iraquiano, apesar de os terroristas tentarem “desviar” o andamento de seu governo e suas forças de segurança, a resposta “será dura e em seus próprios redutos de Al-Anbar a Mossul”.

O atentado aumentou a insatisfação da população na área onde aconteceu o ataque, que é majoritariamente xiita. Os moradores se vestiram de preto nesta segunda-feira (4) e criticaram a suposta negligência das autoridades por não terem evitado o atentado suicida.

De acordo com uma fonte do conselho local de Karrada, durante a madrugada, centenas de moradores foram às ruas para protestar e exigir que os políticos – tachados de corruptos – prestem contas pelo ocorrido.

A marcha começou na Praça de Kahramana e, entre fortes medidas de segurança, foi até o lugar do atentado, que, no momento da explosão, estava cheio, já que era uma região comercial, onde as pessoas passam à noite durante o período do Ramadã.

“A tristeza impera em Karrada. Os funerais estão por todos os lugares. Os cortejos acontecem desde domingo e ainda não sabemos o que aconteceu com muitas pessoas”, afirmou à Agência Efe Abu Ali al Amiri, morador da cidade.

Uma das reivindicações da manifestação, inclusive, era intensificar a busca dos desaparecidos.

A ira também ficou visível no domingo durante a visita de Al Abadi, que teve o carro atacado com pedras e até sapatos, uma grande ofensa no mundo árabe.

O atentado do domingo, realizado com um carro-bomba no distrito comercial de Karrada e reivindicado pelo EI, é o ataque individual mais sangrento deste ano no Iraque.

O EI assumiu a autoria em comunicado assinado por sua filial na capital iraquiana, Wilayat Baghdad, e divulgado nas redes sociais, no qual garantiu que o alvo eram os xiitas.

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