Quatro são condenados à forca por linchamento de mulher que chocou Afeganistão

O julgamento durou quatro dias. Mais oito homens foram condenados a 16 anos de prisão e, outros 18, inocentados

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O julgamento durou quatro dias. Mais oito homens foram condenados a 16 anos de prisão e, outros 18, inocentados

Quatro homens afegãos foram condenados à morte pelo linchamento de uma mulher acusada de queimar o Corão – um caso que causou protestos no país e ganhou manchetes no mundo inteiro.

O julgamento durou quatro dias. Mais oito homens foram condenados a 16 anos de prisão e, outros 18, inocentados.

Segundo testemunhas, a vítima, conhecida apenas como Farkhunda, de 28 anos, não queimou o livro sagrado do islamismo, com tinha sido alegado por seus agressores.

Ela foi morta em 19 de março por um grupo formado, em sua maioria, por homens. Eles a espancaram com paus e pedras; ela foi atropelada e arrastada por um carro. Depois, seu corpo foi incendiado.

O ataque à mulher, assim como a falta de intervenção policial, foram duramente criticados e provocaram protestos na época.

Dezenove policiais acusados de falhar em seu dever de impedir o ataque estão sendo julgados; o veredicto deve ser anunciado no domingo.

Farkhunda havia discutido com um mulá, ou mestre religioso, sobre sua prática de venda de encantos para as mulheres no conhecido santuário Shah-Du-Shamshaira, perto do palácio presidencial e do principal bazar de Cabul.

No decorrer da discussão, ela foi acusada de queimar o Corão e uma multidão a atacou.

Em declarações de confissão lidas em tribunal, alguns dos acusados admitiram que foram atraídos para o ataque devido às acusações. Um investigador oficial disse que não há evidências de que ela queimou o Corão.

O governo afegão vinha sendo acusado de fazer pouco para garantir direitos básicos de mulheres.