O número de imigrantes presos na Macedônia aumentou na madrugada desta sexta-feira de 1.500 para cerca de 3.000 pessoas

A polícia da Macedônia fechou nesta sexta-feira (21) sua fronteira com a Grécia para deter o fluxo de imigrantes que desejam chegar à Europa Ocidental, e utilizou bombas de efeito moral para repelir um grupo, ferindo cinco pessoas. O incidente ocorreu em uma zona fronteiriça entre a localidade grega de Idomeni e a cidade macedônia de Gevgelija.

Os confrontos entre policiais macedônios e imigrantes duraram apenas alguns minutos, já que os refugiados colocaram as crianças e as mulheres na frente da cerca para impedir novos episódios de violência. O número de imigrantes presos na Macedônia aumentou na madrugada desta sexta-feira de 1.500 para cerca de 3.000 pessoas. Mas o porta-voz do ministério macedônio do Interior, Ivo Kotevski, afirmou que a situação é “estável, sob controle e sem o menor incidente”. Kotevski afirmou que a maior parte dos refugiados que estavam na zona entre os dois países retornou à Grécia.

Rota balcânica – O governo macedônio, país que se encontra na rota balcânica utilizada pelos imigrantes, decretou nesra quinta o estado de emergência, uma medida que permite mobilizar as forças armadas para ajudar as autoridades locais e a polícia a enfrentar a crise. A Macedônia acusa a Grécia de dirigir de forma organizada os imigrantes em direção ao seu território.

Um grupo de 250 refugiados sírios, entre eles mulheres e crianças, conseguiram cruzar a fronteira e se reuniram na estação de trem de Gevgelija, depois de caminhar pela floresta durante a noite. A presença policial também foi reforçada nesta estação, onde milhares de imigrantes chegaram nos últimos dias. Ali, a polícia local entregava a eles documentos temporários, o que lhes permitia continuar sua viagem para o norte através da Macedônia e da Sérvia, antes de chegar à fronteira com a União Europeia.

Mas os migrantes afirmam que as autoridades pararam o processo de registro. “Não nos dão documentos. Talvez tenham a intenção de nos mandar de volta à Grécia”, afirma um jovem de 24 anos que preferiu não dar seu nome. “Não queremos voltar. Estamos cansados de caminhar e estamos cansados pela situação na Síria. Não queremos guerra. Meu pai morreu atingido por um morteiro. Não tenho ninguém lá, devo ir embora”, acrescentou este estudante de biologia proveniente de Damasco.