Juiz rejeita denúncia apresentada por Nisman contra Kirchner

Magistrado federal nega abrir investigação criminal contra presidente argentina

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Magistrado federal nega abrir investigação criminal contra presidente argentina

A Justiça argentina rejeitou nesta quinta-feira (26/02) a denúncia contra a presidente Cristina Kirchner, que foi acusada de supostamente ter protegido funcionários do governo iraniano em relação ao atentado contra um centro judaico em Buenos Aires, em 1994.

O juiz federal Daniel Rafecas rechaçou abrir uma investigação sobre as acusações do promotor Alberto Nisman, que foi encontrado morto em seu apartamento, em 18 de janeiro, um dia antes da apresentação de detalhes da denúncia ao Congresso argentino.

O promotor Gerardo Pollicita havia assumido o processo após a morte de Nisman e formalmente reenviado as acusações. O novo caso, no entanto, foi rejeitado, e não cabe recurso à decisão do juiz. “Eu rejeito o caso porque nenhum crime foi cometido”, disse Rafecas.

O juiz considerou que não havia provas suficientes para abrir um processo criminal, tal como apresentado por Nisman. “Tornou-se claro que nenhuma das hipóteses de delito, defendidas pelo promotor Pollicita em seu requerimento, se sustentam minimamente”, disse Rafecas.

Quatro dias antes de sua morte, Nisman apresentou um relatório acusando o Irã de ordenar o ataque de 1994 através do grupo radical libanês Hezbollah, e alegou que Cristina , ao lado de outros funcionários do governo argentino, estaria encobrindo Teerã das acusações em troca de favores econômicos na área petrolífera.

Desde sua morte, inicialmente classificada como suicídio, o governo de Cristina Kirchner está sob a suspeita de ter orquestrado o assassinato de Nisman. Já a presidente sugeriu que o Ministério Público teria sido manipulado por ex-agentes descontentes dos serviços de inteligência argentino.

O bombardeio contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) deixou 85 mortos e centenas de feridos. Trata-se do atentado mais grave da história da Argentina. Foi o segundo contra uma instituição judaica no país, após o ataque contra a embaixada de Israel, em 1992, que deixou 29 mortos.