Chargista de MS repudia atentado na França, mas diz evitar desenhos religiosos
Caricaturista do Midiamax já foi questionado por um prefeito, que ligou para reclamar de desenho
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Caricaturista do Midiamax já foi questionado por um prefeito, que ligou para reclamar de desenho
O dia 7 de janeiro de 2014 entrará para as datas em que a humanidade foi ameaçada em uma de suas principais conquistas: o da liberdade. Isso porque, na ocasião, um grupo de terroristas invadiu a sede da revista satírica Chalie Hedbo, em Paris-FRA, executando a sangue frio doze pessoas e deixando outras onze feridas, duas em estado grave. A atrocidade teria sido motivada pela contrariedade a caricaturas publicadas pelo veículo provocando o islã. Para o chargista Milton César, que atua no mercado há quase duas décadas, o fato não deve censurar a liberdade dos artistas tendo, inclusive, talvez o efeito contrário.
“A caricatura sempre tem o objetivo de criticar, de cutucar a ferida usando como ferramenta o bom humor. É muitas vezes quase que um editoral em forma de desenho e um dos maiores exemplos de Liberdade de Expressão. Não vi excesso da revista e sim dos terroristas pelo que fizeram. A resposta da Sociedade Francesa e do mundo ao episódio deve atingir o contrário do que eles pretendiam”, diz Milton, que tem trabalhos publicados em vários veículos, entre eles o Midiamax, onde disponibiliza uma charge por dia.
O caricaturista, que é fã do ícone nesse modelo de arte assassinado no lamentável episódio com a Charlie Hedbo, Georges Wolinski, conta que evita desenhar charges de cunho religioso, por considerar o tema delicado. No entanto, Milton já publicou trabalhos dessa linha em situações que achou necessário, mas sem ostensividade. Um exemplo disso foi o cartum sobre a renúncia do papa Bento XVI em fevereiro de 2013. Sobre o Islamismo nenhum entre os mais de seis mil trabalhos já feitos.
No currículo de rebotes das suas charges uma é lembrada em especial. A de um prefeito que chegou a ligar na Redação para conversar sobre o desenho. Milton e o político não chegaram a conversar apesar o descontentamento do inspirador à caricatura.
Longe demais quem sabe
Segundo o servidor público Henry Stele, que gosta de caricaturas e procura sempre acompanhar nos jornais, houve por parte da Charlie Hedbo um risco desnecessário na linha que a revista adotou para provocações ao Islamismo. De acordo com ele o incêndio anterior ao episódio da chacina e as ameaças não deviam ter sido ignoradas, por se tratarem de um confronto com grupos extremistas.
“Gosto das caricaturas por serem na maioria das vezes uma forma expressão mais leve, porém a sequência de publicações da revista francesa sobre este tema religioso na minha visão passou do limite que considero aceitável. Vi desenhos, até de capas, depois do atentado, que não respeitavam a crença religiosa dos muçulmanos”, afirma o leitor sobre o possível excesso da Charlie Hedbo.
Mais opiniões …
“Nesse caso não há exagero. É humor. Charge são charges retratam a realidade com humor”, Douglas Amaral, jornalista
“O ato em si é extremo, inadmissível, fanatismo total, vai além da religião , que religião é essa que mata??? Ao mesmo tempo devemos refletir sobre satirar religiões”, Ademir Osiro, administrador.
“Não conhecia o trabalho da revista, mas acho que nada justifica a violência”, Leonardo Albuquerque, advogado.
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