Católicos não devem se reproduzir ‘como coelhos’, aconselha o papa
Francisco se manteve firme contra o controle de natalidade artificial
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Francisco se manteve firme contra o controle de natalidade artificial
O papa Francisco afirmou que os católicos não precisam se reproduzir como “coelhos” e devem, ao invés disso, ser “responsáveis”.
O pontífice fez a declaração na viagem de volta das Filipinas, onde se reuniu com crianças que viveram nas ruas do país, abandonadas por pais que não tinham dinheiro para cuidar delas.
Francisco se manteve firme contra o controle de natalidade artificial e acrescentou que uma nova vida é “parte do sacramento do matrimônio”.
Mas o papa disse também que especialistas em populações aconselham três filhos para cada família.
Falando com jornalistas durante a viagem de volta a Roma na segunda-feira, Francisco foi questionado sobre o que diria às famílias que tinham mais filhos do que podiam criar pelo fato de a Igreja Católica proibir o controle de natalidade artificial.
“Algumas pessoas pensam – e desculpem minha expressão aqui – que, para ser um bom católico, eles precisam ser como coelhos. Não. Paternidade tem a ver com responsabilidade. Isto é claro”, respondeu o papa surpreendendo os jornalistas.
O papa disse também que sabe de muitas formas permitidas pela Igreja Católica que podem garantir que as famílias tenham apenas os filhos que querem ter.
Responsabilidade
Francisco citou o caso de uma mulher que conheceu que tinha tido sete filhos por cesarianas e estava grávida do oitavo filho, uma gravidez que, segundo o papa, era irresponsável.
“Ela disse: ‘confio em Deus’. Mas Deus nos deu os meios para sermos responsáveis”, disse.
Francisco acrescentou que, para os mais pobres, uma criança era um tesouro.
O papa também afirmou, respondendo a outra pergunta, que nenhuma instituição deve impor suas opiniões sobre como devem ser as famílias.
Francisco disse que ideias mais modernas e ocidentais sobre controle de natalidade e direitos dos homossexuais estão sendo impostos com cada vez mais frequência por grupos, instituições ou outras nações na Ásia, geralmente como uma condição para ajudar os países da região.
“Cada pessoa merece conservar sua identidade sem ser colonizada ideologicamente”, afirmou o papa.
Durante sua visita às Filipinas, Francisco defendeu os ensinamentos tradicionais do Vaticano contra a contracepção artificial.
Missa para milhões
No domingo, cerca de 6 milhões de pessoas participaram de uma missa ao ar livre na capital, Manila.
Na semana passada, o papa já tinha surpreendido muitos ao declarar, logo depois do ataque contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, em Paris, que é errado provocar outras pessoas insultando a sua religião.
Francisco disse a jornalistas, de forma bem-humorada, que seu assistente poderia esperar um soco se ele ofendesse sua mãe. Ao mesmo tempo, o papa defendeu a liberdade de expressão.
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