Caçador de leão símbolo do Zimbábue é um dentista americano
Morte de Cecil chocou grupos de proteção animal na África e no mundo
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Morte de Cecil chocou grupos de proteção animal na África e no mundo
Conservacionistas do Zimbábue acusam um americano de ter matado o leão Cecil, um dos animais mais famosos da África e a estrela do Parque Nacional Hwange, segundo o jornal britânico The Guardian.
A Força de Preservação do Zimbábue (ZCTF, na sigla em inglês) afirmou hoje que o homem, que teria pagado 50 mil dólares para matar o leão Cecil, não é espanhol, como se pensava, mas americano. Seu nome é Walter Palmer e trabalha como dentista em uma cidade pequena próxima a Minneapolis, Estados Unidos. O homem degolou e arrancou a cabela do animal, de acordo com declarações de Johnny Rodrigues, da ZCTF.
A caça aconteceu em 6 de julho. De acordo com o conservacionista, um grupo caçava a noite, quando avistou Cecil. “Eles amarraram um animal morto na parte trasiera do veículo para atrair o leão para fora do parque”, contou Rodrigues.
O animal foi ferido com uma flecha, mas não morreu imediatamente . O grupo levou dois dias para encontrar Cecil e matá-lo. Antes de executar o animal, os caçadores destruíram o colar que ele usava, instalado por pesquisadores da Universidade de Oxford como parte de um estudo sobre a população de leões da região, e o GPS colocado junto do adereço.
Um porta-voz de Palmer disse ao jornal The Guardian que o caçador está “obviamente muito triste com o que aconteceu”.
“Ele vai dizer que tinha as autorizações legais e que contratou vários guias profissionais, mas não vai negar que matou este leão. Ele é um grande caçador esportivo, caça no mundo inteiro”.
Duas pessoas que acompanhavam o caçador foram identificadas pelas autoridades e presas no início do mês, incluindo Theo Bronkhorst, fundador do Bushman Safaris Zimbabwe, que, se acredita, organizou a caça.
Ninguém sabe o que aconteceu com a cabela de Cecil. Em meio a preocupações de que ela fosse enviada como um trofeu para a Espanha, conservacionistas e políticos pediram à União Europeia que proiba a importação de cabeças, patas e peles de leões.
Em 2009, o jornal The New York Times entrevistou o dentista de Minessota sobre a caça de um alce, apresentada como uma morte por tiro com arco digna de entrar para o livro dos recordes. O artigo ressaltou que na época, Palmer estava em liberdade condicional por ter mentido para as autoridades sobre o local exato onde havia matado um urso preto no norte de Wisconsin, em 2006.
Um álbum de fotos no Flickr da Trophy Hunt America and Porcupine Creek Outfitters, empresa que lidera expedições de caça, mostra Walter Palmer posando ao lado de vários animais mortos, incluindo um bisonte e um leão. Em uma das fotografias, Palmer está sentado com seu arco e flecha ao lado de um rinoceronte morto, supostamente na África do Sul, conforme informações da legenda.
A mesma empresa anuncia viagens à África, sob o nome de Safari Connection. Fotos que anunciam os serviços da compania mostram caçadores posando ao lado de elefantes. Imagens de outras viagens exibem os caçadores junto de ursos polares em meio a cenários de neve.
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