Arqueólogos encontram possível lugar do julgamento de Cristo

O local onde o julgamento foi realizado é motivo de muitos debates

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O local onde o julgamento foi realizado é motivo de muitos debates

Há 15 anos, um grupo de arqueólogos iniciou escavações para expandir a área conhecida por Torre de David, na cidade velha de Jerusalém, local construído ainda antes de Jesus e reconstruído por povos conquistadores ao longo dos séculos. Até agora, haviam encontrado um local onde os turcos otomanos usavam como prisão. Porém, escavações recentes revelaram ruínas de um lugar que pode ter sido o cenário de uma das mais famosas passagens do Novo Testamento: o julgamento de Jesus. As informações são do Washington Post.

Depois de atrasos nas explorações devido à falta de recursos e guerras (entre palestinos e israelenses), os cientistas retornaram às ruínas e estudam detalhes para abrir ao público. “A prisão é uma grande parte do quebra-cabeça de Jerusalém e mostra a história da cidade de um jeito único e claro”, diz o arqueólogo Amit Re’em, que lidera a equipe de escavações há mais de uma década.

Para Re’em, o edifício tem rendido descobertas emocionantes de séculos – como os símbolos gravados em paredes da antiga prisão como os feitos pelos membros da resistência judaica que lutavam para criar o Estado de Israel em 1940, as bacias usadas para o tingimento de roupas da época das Cruzadas e as paredes da fundação e um sistema de esgoto subterrâneo provavelmente construído por Herodes, o Grande, o rei excêntrico da Judéia sob o Império Romano.

O local onde o julgamento foi realizado é motivo de muitos debates entre líderes do cristianismo, historiadores e arqueólogos. Questões sobre a localização certa variam pela interpretação dos livros que descrevem como Jesus de Nazaré foi trazido diante de Pilatos no “pretório”, termo em latim para a tenda de um militar dentro de um acampamento romano. Alguns dizem que o pretório de Pilatos teria sido nos quartéis militares, outros dizem que o general romano provavelmente teria sido um visitante no palácio construído por Herodes.

Mais de 1 milhão de cristãos peregrinos visitam a cidade de Jerusalém por ano, caminhando pelo espaço que foi significante na vida de Jesus. “Para aqueles cristãos que se importam sobre fatos históricos e descobertas científicas, estas ruínas são muito importantes”, diz Yisca Harani, especialistas em cristianismo e guia na cidade sagrada.

“Já para outros, que vêm pelo exercício mental de estar em Jerusalém, a prisão e o possível local de julgamento de Cristo não importam, desde que [a jornada] termine na Gólgota, o local da crucificação”, explica.

Os cristãos caminham pela Via Dolorosa, rua na cidade velha de Jerusalém que começa na Portão do Leão e percorre a parte ocidental da cidade de Jerusalém, terminando na Igreja do Santo Sepulcro, onde ele foi crucificado e sepultado. Porém, o lugar exato da Via Dolorosa mudou ao longo dos anos – dependendo de quem governa a cidade na época e o que considera importante. Na época bizantina, por exemplo, a Via Dolorosa era mais próxima da Torre de David do que é hoje.