Filhote de macaco-prego é resgatado ainda com cordão umbilical em meio às cinzas do Pantanal

O macaco-prego que cabe na palma da mão foi resgatado na região de Miranda e agora recebe acompanhamento no Cras de Campo Grande

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Filhote de macaco-prego resgatado no Pantanal (Foto: Imasul)

Em meio aos incêndios de grande proporção no Pantanal, os animais se tornam vítimas diretas do fogo. Na semana, passada, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) acolheu um filhote de macaco-prego, resgatado em um dos incêndios. O pequeno sobrevivente, batizado de Fênix em referência ao pássaro mitológico que renasce das cinzas, foi encontrado na região do Salobra, em Miranda.

Agora, o animal recebe acompanhamento no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). Conforme divulgado, o resgate ocorreu durante uma operação de monitoramento das áreas afetadas, realizada pelo Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), juntamente à Operação Arca de Noé, do Ibama.

Após ser encontrado, Fênix foi tratado pela equipe da base de Miranda até o dia nesta segunda-feira (16), quando foi transferido para o Cras, em Campo Grande, para cuidados mais intensivos no Hospital Ayty.

Cuidados especiais com o filhote

Devido à sua idade extremamente jovem, o macaco-prego exige atenção especializada, como alimentação com mamadeira a cada duas horas e aquecimento constante, características de cuidados semelhantes aos de um bebê humano. Nesta fase, ele precisa ser estimulado a defecar e urinar, e está em um local aquecido.

Logo, a equipe de veterinários do Cras continua o tratamento iniciado pelos profissionais do Gretap e da Operação Arca de Noé, com foco na recuperação do animal.

“O cuidado com animais silvestres é extremamente delicado e exige muita atenção. Eles são muito sensíveis. Estamos alimentando o macaco de duas em duas horas. Ele foi encontrado ainda com o cordão umbilical, um bebê ainda”, comentou Aline Duarte, gestora do Hospital do Imasul.

Fênix cabe na palma da mão – Imagem: Imasul

Resgate simbólico

Segundo o Imasul, a história de Fênix simboliza o árduo trabalho das equipes que atuam no Pantanal, não apenas combatendo os incêndios, mas também resgatando e reabilitando a fauna silvestre atingida por desastres ambientais.

As equipes seguem monitorando áreas devastadas, prestando socorro e reforçando o compromisso com a preservação da biodiversidade no Pantanal.

Agora sob os cuidados do Cras, Fênix representa a resistência e a esperança de renascimento, mostrando sinais de recuperação a cada dia. Sua luta pela vida inspira todos os que o acompanham, lembrando que, mesmo diante de grandes adversidades, há sempre a possibilidade de recomeçar.

Seca histórica

Esse período do ano é considerado o mais crítico em relação aos incêndios florestais, intensificados pelas condições climáticas e, infelizmente, por ações humanas.

Desde maio, o Estado impôs a proibição total de queimadas, com todas as autorizações suspensas. Nenhum produtor rural, indústria ou cidadão está autorizado a realizar queimadas. A proibição visa conter os danos causados ao meio ambiente e proteger a biodiversidade.

Outros animais já foram vítimas do fogo

A onça-pintada macho Antã morreu no Cras, na última quarta-feira (11). O animal foi resgatado no dia 17 de agosto em Miranda, após ser encontrado visivelmente debilitado, desnutrido e sem forças, provavelmente devido à falta de alimento na área atingida pelo fogo.

O resgate foi realizado na região do Passo do Lontra, a 316 km de Campo Grande, quando Antã pesava apenas 72 kg, número bem abaixo dos 100 kg que seria seu peso ideal.

De acordo com o Governo do Estado e o Imasul, complicações internas, agravadas pela idade avançada estimada em oito anos, impediram uma recuperação completa.

No início de agosto, a onça Gaia morreu ao tentar escapar das chamas. Nesse caso, nem houve a possibilidade de resgate. A morte foi anunciada pelo Onçafari, que monitora animais no Pantanal.

“Ela não teve tempo de escapar do fogo. Infelizmente, ele veio com muita intensidade e absolutamente cruel, veio lambendo tudo. A gente fala que o fogo lambe e acaba com tudo”, disse a bióloga Lili, umas das integrantes do Onçafari, por vídeo no Instagram.

Gaia era irmã de mais duas onças e gerou pelo quatro filhotes que tenham sido monitorados. A onça de pequeno porte, que pesava entre 50 e 60 kg e sempre estava em cima das árvores, ficou conhecida por deslumbrar centenas de hóspedes.

Animais se alimentam de doações no Pantanal

Em razão da proporção do estrago ambiental gerado pelos incêndios no Pantanal, muitos animais estão com dificuldade de encontrar alimentos, principalmente que sejam adequados para a própria saúde.

No fim do mês passado, o Onçafari divulgou imagens de alguns pontos de suplementação, que estão espalhados por áreas consumidas pelo fogo.

As equipes da ONG costumam dedicar os domingos a espiar a fauna pelas armadilhas fotográficas, mostrando toda a beleza e diversidade que existe em nossos biomas. Entretanto, desta vez, divulgaram os registros dos animais se alimentando nos pontos de distribuição.

“Hoje, trouxemos os registros dos animais buscando sobreviver ao cenário devastador que o fogo deixou. Essas imagens nos dão esperança, pois vemos que alguns deles estão encontrando os pontos de suplementação onde deixamos frutas, legumes, ovos, entre outros alimentos”. O vídeo pode ser visto neste link.

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