Você viu? No início da noite desta sexta-feira (20), diversos sul-mato-grossenses se surpreenderam com o avistamento de uma luz intensa cruzando o céu lentamente. Com o atual cenário mundial, muitos se perguntaram: seria um meteoro, detrito espacial ou um sinal de guerra? Diversos vídeos foram publicados nas redes sociais e a dúvida só se estendeu àqueles que não presenciaram o fenômeno, registrado em diversas cidades do Estado.
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O estudante Raphael Almeida Thomazine, de 17 anos, morador de Campo Grande, foi um dos felizardos a acompanhar a luz cruzando o céu. Apesar da leve neblina, o clarão intenso não passou despercebido. Para ele e seus amigos, a experiência foi bastante surpreendente.
“Primeiro a gente viu subindo, passando por cima, mas, estava bem longe, várias coisas brilhando em volta, no rastro, foi caindo e diminuindo. Logo depois, fui falar com o pessoal do salão de festas, está tendo umas festas aqui e um cara falou que era lixo espacial, outro falou que era meteoro. Meus amigos estavam juntos, estávamos na área do parquinho”, explica o jovem. “Neste momento de guerra, chegamos a pensar em algo estranho”, frisou.
Afinal, era um meteoro?
Em entrevista concedida ao Midiamax, logo após a passagem do fenômeno, o professor Thiago Valério, físico e conselheiro do Clube de Astronomia Carl Sagan, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), possivelmente não se tratava de um meteoro natural, já que eles costumam durar menos tempo. “Pela aparência de vários destroços entrando juntos e próximos, sugere-se ser uma reentrada de algum objeto metálico, como um lixo espacial ou algo do tipo“, explica o físico.
Se fosse um meteoro natural – uma rocha espacial – ele geralmente se desintegraria mais rápido na atmosfera, muitas vezes como um brilho único e fugaz, ou se fragmentaria de maneira mais abrupta e com menor duração visível.
Conforme Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), lixos espaciais são objetos criados pelos humanos que se encontram em órbita ao redor do planeta, sem função útil, como, por exemplo, diversas partes e dejetos de naves espaciais deixados para trás após seu lançamento.
“A longa duração da passagem e a trajetória alongada indicam que o objeto entrou na atmosfera com um ângulo de reentrada bastante baixo. Isso significa que ele percorreu uma distância maior nas camadas superiores e menos densas da atmosfera antes de se desintegrar completamente, o que prolonga sua visibilidade no céu. Se o ângulo fosse mais inclinado, a ‘queda’ seria mais rápida e a desintegração aconteceria em altitudes mais baixas e densas, tornando o evento mais breve”, pontua.
Conforme Thiago, se o ‘céu’ estivesse com menos sereno, a cor do material queimando no atrito seria mais visível, o que facilitaria fazer uma estimativa do tipo de matéria que compõe o objeto incinerado.
Confira o vídeo:
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