O violonista e compositor flamenco Manuel Muñoz Alcón, artisticamente conhecido como Manolo Sanlúcar, morreu neste sábado (27), aos 78 anos, anunciou a prefeitura andaluza de Sanlúcar de Barrameda (sul da Espanha), de onde era originário.

Sanlúcar, mestre do violão e prolífico compositor, dividiu o palco com outros virtuosos como Paco de Lucía, Tomatito, Carmen Linares e Enrique Morente.

Ao longo de sua carreira, que conta com mais de duas dezenas de álbuns, recebeu inúmeros prêmios, como a Medalha de Ouro de Mérito em Belas Artes (do e Esportes) em 2015 e o Prêmio Internacional de Flamenco (da Andaluza de Flamenco) em 2021.

“O flamenco é como uma religião da qual me sinto um monge”, disse o guitarrista à AFP depois de ser premiado pela Associação Espanhola de Críticos de Arte Flamenca em 1998.

No sábado, ele morreu em um hospital em Jerez de la Frontera (Cádiz, sul da Espanha), onde estava internado, informou a cadeia SER.

Defensor apaixonado do flamenco e da cultura andaluza, o artista era o filho predileto de Sanlúcar de Barrameda e da província de Cádiz.

“Sempre lutei levando a palavra do meu povo, de tal forma que sou um homem que abriu mão do sobrenome para tomar Sanlúcar”, disse em maio passado na inauguração do Auditório que leva seu nome naquela cidade.

Manolo Sanlúcar apareceu no “Flamenco Flamenco” (2010), de Carlos Saura, que também contou com Estrella Morente, Eva la Yerbabuena, Paco de Lucía, Farruquito, José Mercé e Arcángel.

“Temos que lembrar daquele homem que defendeu a cultura andaluza, o flamenco e o violão para colocar sua terra em todos os palcos, mostrando que seu amor por Sanlúcar de Barrameda era infinito”, disse o prefeito da cidade.

Sanlúcar vai decretar três dias de luto oficial a partir de domingo, em que as bandeiras serão hasteadas a meio mastro em todos os edifícios oficiais, disse o comunicado.