Remédio, enfeite e alimento: conheça o Unbussá, prato de Okinawa servido em Campo Grande
Prato da culinária okinawana é muito apreciado pelos descendentes que aqui residem
Graziela Rezende –
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Esses dias Campo Grande viu uma “explosão de cogumelos” após forte chuva e aí logo veio o alerta: não se tratavam de espécies comestíveis, como o cogumelo shitake, por exemplo. Este, inclusive, é parte de uma receita milenar que, misturada com outros ingredientes, formam o prato Unbussá, da culinária okinawana e muito apreciado pelos descendentes que aqui residem.
Você já tinha ouvido falar?
O Unbussá é um prato servido em ocasiões importantes. No entanto, o principal deles não é o cogumelo e sim o Takenoko – broto de bambu – uma planta originária da Índia, que tem mais de mil espécies em todo o mundo. No entanto, ele precisa ser aferventado antes de ser utilizado em qualquer receita.
O bambu também tem uso ornamental e, segundo um antigo provérbio okinawano, quer dizer que este alimento é “remédio pra vida”, já que favorece a saúde cardiovascular, reduz o colesterol e auxilia a regular a pressão arterial. Aliás, não é a toa que os okinawanos são considerados um dos povos mais longevos.
Em Campo Grande, os descendentes apreciam o alimento, seja em casamentos, missas, culto aos antepassados e também colocando o Unbussá como um dos principais pratos da Associação Okinawana.
Quem quiser experimentar o prato, será servido no próximo dia 5 de fevereiro, em prol da manutenção da associação.
Quais são os ingredientes do Unbussá?
Para a festa, os preparativos já ocorrem desde o dia 10 de janeiro, com o senhor Nilton Shirado, um dos ex-presidentes, responsável por descascar o takenoko. Além deste ingrediente, também vai o nabo desidratado (kushikabu), konnyaku (tipo de gelatina de batata konjac), raíz de bardana (gobo), alga kombu, cogumelo shiitake, carne de porco ou frango (ou os dois). No tempero, inclui shoyu, sake, hondashi (katsuo bushi), sal, açúcar, gengibre.
Mas cada obá (vó) e Fujinkai (departamento de senhoras da Associação) tem sua maneira de prepará-lo, sendo considerado muito importante porque expõe a identidade dos imigrantes okinawanos em Campo Grande e seus descendentes, da família, mostrando a união das pessoas em torno da refeição.
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