O início do mês de abril é marcado pelo Dia da Mentira. Popularmente conhecido como o dia em que as peças e brincadeiras são liberadas, o 1º de Abril tem um passado histórico que parece inacreditável ao ver como a tradição se tornou tão inerente nos tempos modernos.

A brincadeira, na verdade, surgiu na França, no reinado de Carlos 9º (1560-1574). Desde o começo do século 16, o ano-novo era comemorado em 25 de março, com a chegada da primavera no hemisfério norte. As festas, que incluíam troca de presentes e animados bailes noite adentro, duravam uma semana, terminando em 1º de abril.

Mas tudo isso mudou depois que o papa Gregório 13 instaurou como oficial no mundo cristão o calendário gregoriano em 1562, transferindo o início do ano para o dia 1º de Janeiro. O rei francês só seguiu o decreto papal dois anos depois, em 1564, e, mesmo assim, os franceses que resistiram à mudança, ou a ignoraram ou a esqueceram, mantiveram a comemoração na antiga data.

Com isso, algumas pessoas decidiram tirar proveito dos “atrasados” que ainda utilizavam do calendário antigo mandavam convites de festas e danças inexistentes e falsos presentes quando chegava o 1º de Abril. Como sátira, os conservadores do antigo calendário foram apelidados de “bobos de abril”.

A prática de enganar os outros firmou-se em todo o país francês, de onde, cerca de 200 anos depois, migrou para a Inglaterra e daí para o mundo. E assim nasceu o Dia da Mentira.