“Trate bandidos com vítimas e um dia a vítima será você”, dizia a publicação

Publicação polêmica sobre a morte da vereadora carioca (Psol) compartilhada na rede social do bar Trem Mineiro, nesta quinta-feira (15), causou revolta em muita gente. “Trate bandidos com vítimas e um dia a vítima será você”, dizia a publicação, acompanhada da foto de Marielle, executada com ao menos 5 tiros na cabeça, na região central do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (14).

Em nota, a administração do bar pediu desculpas pelo ocorrido e alegou que a publicação de mau gosto foi feita por uma pessoa que tinha acesso a senha do perfil para fazer a divulgação de eventos no bar.  A publicação foi apagada pouco tempo depois da postagem.

“O Bar Trem Mineiro vem, por meio desta, esclarecer a publicação ofensiva contra a falecida vereadora do estado do RJ, Marielle Franco. Gostaríamos de esclarecer que somos contra qualquer tipo de violência e incitação a qualquer ato que seja violento. […] Pedimos desculpas a todos que viram a publicação e a família da vítima a qual enviamos também nossos sentimentos”, diz trecho da nota.

De acordo com o empresário Theo Mota, proprietário do estabelecimento, dificilmente o autor da postagem será identificado, pois diversas pessoas têm acesso a senha do perfil, inclusive, bandas que já passaram pelo local.

“Essa publicação foi de muito mau gosto, pegou muito mal para meu bar. Queria deixar claro que não temos nada a ver com isso. Particularmente, evito emitir posicionamentos políticos e repudio totalmente essa situação”, lamentou o proprietário.

Execução

A vereadora Marielle Franco (Psol) foi assassinada a tiros, na noite desta quarta-feira (14), no Estácio, região do Rio de Janeiro. O motorista, identificado como Anderson Gomes, também foi morto na ação.

Marielle voltava de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, quando um carro parou ao lado do veículo de seu motorista na Rua Joaquim Palhares, próximo ao metrô, e dois bandidos dispararam, fugindo em seguida. O veículo ficou com diversas marcas de tiro na lateral. A vereadora foi atingida por ao menos 5 tiros na região da cabeça.

Ela era mãe, feminista, lésbica, mestre em Administração Pública pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e ativista dos Direitos Humanos. Em sua tese de mestrado, intitulada “UPP: A Redução da Favela a Três Letras”, a vereadora analisava criticamente a política de segurança pública do governo de Sérgio Cabral (MDB), preso desde novembro de 2016 sob suspeita de receber propina em troca de fechamento de contratos públicos.