No dia 13 de julho de 1985, a professora aposentada Mônica Soraya Nonato Leite Walker, 57 anos, subia ao altar da paróquia São José, em , para dizer o “sim” que dura 33 anos. Quando as portas de madeira da igreja se abriram, a surpresa dos convidados foi com o vestido da noiva, que casou-se de vermelho da cabeça aos pés.

“Foi um pedido do Paulo”, conta Mônica, que no início achou bastante estranha a escolha do noivo. “Eu queria algo mais original no nosso casamento, que fosse diferente”, explica o aposentado Paulo Agostinho Walker, 59 anos.


A pedido do noivo, Mônica casou toda de vermelho em plena década de 1980 A pedido do noivo, Mônica casou toda de vermelho em plena década de 1980


Católica de berço, antes de “comprar a ideia” de Paulo, Mônica foi atrás do aval da mãe e do padre que iria abençoar o matrimônio, para não correr o risco de cometer nenhum deslize. “Minha mãe virou pra mim e disse que o casamento era meu e que eu deveria casar do jeito que quisesse. O padre era um mexicano e achou o máximo a ideia”, lembra.

O próximo passo foi encarar o espanto da costureira, que também achou bastante inusitada a cor escolhida para o vestido da noiva. Mas no final das contas, ele saiu do jeitinho que Mônica queria.

No dia do casamento, além do vestido vermelho, ela também vestiu sapato, buquê e arranjo da cabeça da mesma cor. Quando a porta da igreja se abriu, a surpresa foi dos convidados. “Só o Paulo, o padre e meus pais que sabiam. Então todo mundo ficou olhando estranho. Teve até gente que foi perguntar pra minha mãe se eu estava casando grávida”, lembra Mônica.

A pedido do noivo, Mônica casou toda de vermelho em plena década de 1980Mas não era nada disso. A escolha da cor do vestido nada mais era do que apenas uma vontade de ser diferente, de fugir do tradicional, assim como era a essência de Mônica e Paulo. E vermelho sempre foi a cor preferida dela!

“Casar de vermelho é fácil, difícil mesmo é manter um casamento por tantos anos”, pondera Paulo, que ao ser questionado se achou que a noiva ficou bonita de vermelho no dia do casamento, respondeu com olhar apaixonado: “Ela é linda de qualquer jeito, sempre foi e é até hoje”.

Já Paulo, se casou com a roupa branca, porém, com gravata também vermelha, para combinar com o vestido de Mônica.

A pedido do noivo, Mônica casou toda de vermelho em plena década de 1980

Guardado

O carinho pelo vestido é tanto que Mônica guarda-o até hoje no maleiro do armário. E, 33 anos depois, não é que ele ainda cabe certinho nela?!

“Já avisei meus filhos que quando eu morrer quero ser enterrada com o meu vestido de noiva. Sou encantada por ele”, diz Mônica.

A pedido do noivo, Mônica casou toda de vermelho em plena década de 1980Vestido do casamento civil

No casamento civil, o vestido de Mônica foi branco, mas com detalhes em vermelho no sapato, no cinto e na gravata. Isso mesmo! Ela usou uma gravata vermelha no cartório. E ficou um charme só!

Em plena década de 1980, Mônica não se preocupou em quebrar tabus e padrões, muitos que permanecem até os dias atuais, depois de três décadas.

E assim como o vestido vermelho que Mônica usou na igreja, esse ela também guardou e foi o mesmo que usou no batizado dos cinco filhos: Carlos Remy, Paula Carolina, Eva Camila, Julia Clara e Maria Isabel.