No dia 13 de julho de 1985, a professora aposentada Mônica Soraya Nonato Leite Walker, 57 anos, subia ao altar da paróquia São José, em Campo Grande, para dizer o “sim” que dura 33 anos. Quando as portas de madeira da igreja se abriram, a surpresa dos convidados foi com o vestido da noiva, que casou-se de vermelho da cabeça aos pés.
“Foi um pedido do Paulo”, conta Mônica, que no início achou bastante estranha a escolha do noivo. “Eu queria algo mais original no nosso casamento, que fosse diferente”, explica o aposentado Paulo Agostinho Walker, 59 anos.
Católica de berço, antes de “comprar a ideia” de Paulo, Mônica foi atrás do aval da mãe e do padre que iria abençoar o matrimônio, para não correr o risco de cometer nenhum deslize. “Minha mãe virou pra mim e disse que o casamento era meu e que eu deveria casar do jeito que quisesse. O padre era um mexicano e achou o máximo a ideia”, lembra.
O próximo passo foi encarar o espanto da costureira, que também achou bastante inusitada a cor escolhida para o vestido da noiva. Mas no final das contas, ele saiu do jeitinho que Mônica queria.
No dia do casamento, além do vestido vermelho, ela também vestiu sapato, buquê e arranjo da cabeça da mesma cor. Quando a porta da igreja se abriu, a surpresa foi dos convidados. “Só o Paulo, o padre e meus pais que sabiam. Então todo mundo ficou olhando estranho. Teve até gente que foi perguntar pra minha mãe se eu estava casando grávida”, lembra Mônica.
Mas não era nada disso. A escolha da cor do vestido nada mais era do que apenas uma vontade de ser diferente, de fugir do tradicional, assim como era a essência de Mônica e Paulo. E vermelho sempre foi a cor preferida dela!
“Casar de vermelho é fácil, difícil mesmo é manter um casamento por tantos anos”, pondera Paulo, que ao ser questionado se achou que a noiva ficou bonita de vermelho no dia do casamento, respondeu com olhar apaixonado: “Ela é linda de qualquer jeito, sempre foi e é até hoje”.
Já Paulo, se casou com a roupa branca, porém, com gravata também vermelha, para combinar com o vestido de Mônica.
Guardado
O carinho pelo vestido é tanto que Mônica guarda-o até hoje no maleiro do armário. E, 33 anos depois, não é que ele ainda cabe certinho nela?!
“Já avisei meus filhos que quando eu morrer quero ser enterrada com o meu vestido de noiva. Sou encantada por ele”, diz Mônica.
Vestido do casamento civil
No casamento civil, o vestido de Mônica foi branco, mas com detalhes em vermelho no sapato, no cinto e na gravata. Isso mesmo! Ela usou uma gravata vermelha no cartório. E ficou um charme só!
Em plena década de 1980, Mônica não se preocupou em quebrar tabus e padrões, muitos que permanecem até os dias atuais, depois de três décadas.
E assim como o vestido vermelho que Mônica usou na igreja, esse ela também guardou e foi o mesmo que usou no batizado dos cinco filhos: Carlos Remy, Paula Carolina, Eva Camila, Julia Clara e Maria Isabel.