Morre aos 70 anos o cineasta Hector Babenco, diretor de ‘Carandiru’

Argentino fez carreira no Brasil e dirigiu best-sellers como ‘Pixote, a lei do mais fraco’

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Argentino fez carreira no Brasil e dirigiu best-sellers como ‘Pixote, a lei do mais fraco’

 

Morre aos 70 anos o cineasta Hector Babenco, diretor de 'Carandiru'Morreu na noite da última quarta-feira (14) o cineasta argentino Hector Babenco, aos 70 anos, na cidade de São Paulo. Babenco, que estava separado da atriz Barbara Paz, foi vítima de uma parada cardíaca por volta das 23h. A informação foi confirmada por Denise Winther, produtora da HB Filmes, de Babenco. Babenco já havia sido internado na terça-feira (12), no hospital Sírio Libanês, para um procedimento cirúrgico, mas não resistiu à parada cardíaca.

Um comunicado oficial também foi publicado no Facebook pela Galeria Raquel Arnaud, pertencente a sua ex-mulher, Raquel, e onde sua filha, Myra. “É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Hector Babenco, pai de nossa diretora associada Myra Arnaud Babenco. A Galeria estará fechada ao público hoje e amanhã. Informaçōes sobre velório serão comunicadas assim que as tivermos”, diz comunicado na página da Galeria Raquel Arnaud no Facebook.

Apesar de ter nascido na Argentina, Babenco fez sua carreira no Brasil, onde viveu 50 dos seus 70 anos. O cineasta firmou-se como um dos principais do país, sendo diretor de obras de grande repercussão, como ‘O Beijo da Mulher Aranha’ (1985), ‘Pixote – A Lei do Mais Fraco’ (1981)’ e ‘Carandiru’ (2003).

Babenco dirigindo cena em 'Meu Amigo Hindu' (Divulgação)

 

Babenco também recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira e chegou a ser indicado ao Oscar de melhor filme, por ‘O Beijo da Mulher Aranha’, em 1986. O filme, que trazia Raul Julia e Sonia Braga no elenco, faturou o Oscar de ‘Melhor Ator’ com o americano William Hurt.

Seu último filme havia sido ‘Meu Amigo Hindu’, no ano passado, no qual o personagem central é um cineasta que volta à ativa após parar suas atividades devido a um câncer agressivo, vivido com maestria por Willen Dafoe. No elenco, estavam Maria Fernanda Cândido, Maitê Proença, Bárbara Paz e Selton Melo, que interpreta o papel da ‘morte’. Neste, Babenco teve sua própria história como inspiração, já que havia passado por um caso semelhante ao vencer um tumor no sistema linfático, nos anos 90.

Nascido na Argentina, em Mar Del Plata no ano de 1946, Babenco naturalizou-se brasileiro em 1977, aos 31 anos. De acordo com Denise Winter, o corpo do diretor será velado das 10h às 15h da próxima sexta-feira (15), na Cinemateca de São Paulo, e cremado em seguida no Horto da Paz, localizado em Itapecirica da Serra.

 

(Com supervisão e colaboração de Guilherme Cavalcante)

*Editado às 10h13 para acréscimo de informações

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