Videomaker de MS usa inteligência artificial para criar música e lamentar incêndios: ‘Meu protesto’

Profissional diz que viu situação do Rio Miranda e ficou reflexiva, além do convívio diário com a fumaça

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(Redes Sociais/Reprodução)

A inteligência artificial está em diversos setores da vida cotidiana e, inclusive, criando músicas. E quem está antenado usa a tecnologia a seu favor, como é o caso da editora de vídeos Danielle Baptista Katayama Salles, de 37 anos. Buscando chamar a atenção para os incêndios que assolam o nosso Pantanal e outras regiões, usou o artifício para criar uma canção e lamentar o alcance do fogo.

“Tive a ideia da música justamente por causa de tudo que a gente está vivendo. Na verdade, o que mais me abalou, nos últimos dias, foi a questão de ver o Rio Miranda no estado em que está. Eu cresci pescando naquele rio, eu amo aquele rio Miranda, tenho lembranças do meu avô, meu pai, minha irmã, e fiquei bem abalada com este fato. Fiquei pensando nisto e ficou me remoendo”, afirmou Dani, como é conhecida, ao Jornal Midiamax.

‘Inalando fumaça todos os dias’, lamenta profissional

Segundo a videomaker, o céu cinza antes relembrava um “dia frio”, só que agora é “só fumaça”. “Você anda e logo se cansa. E eu parei de fumar, parei com a intenção de engravidar. E daí eu pensei: que ironia, parei de fumar para o meu pulmão ficar mais limpo, para não ter fumaça dentro de mim, e agora eu estou inalando esta fumaça todos os dias. É algo que não passa e você fica sem esperança de chuva”, comentou.

Assim, ao usar a inteligência artificial para fazer a canção, usou o “cof cof” não para remeter a palavra coffee em inglês e sim a tosse.

“Teve essa parte, de ser uma brincadeira, mas, a intenção é que ela provoque reflexões. Está difícil até para falar, a gente fica ofegante, tá muito complicado de sobreviver assim e, quando a gente vê, cada vez mais, a natureza sendo queimada, a gente fica meio impotente”, argumentou.

Dani já recebeu homenagem do governo de MS por outra música feita com inteligência artificial (Instagram/Reprodução)

‘Taquara rachada para cantar’, brinca Dani

Desta forma, para protestar sobre o tema, Dani pensou neste trabalho artístico. “A inteligência artificial já faz parte do meu trabalho e estou amando esta parte de criação de música, porque eu pude pegar textos meus, poesia minhas do passado e transformar tudo em música, porque cantar eu não consigo. Sou uma ‘taquara rachada’ para cantar”, brincou.

No entanto, Dani diz que “ouvir alguém cantando uma letra sua é maravilhoso”. Além disso, brinca que pode dar o seu “toque especial”. “No chat GPT não, mas, no caso da inteligência artificial, a gente pode brincar. E o legal é você escrever e dar o seu toque, porque aí, se você ouvir uma coisa que você escreveu, alguém cantando e pôr no ritmo e melodia, é muito bacana. E a ideia do vídeo e desta música é este momento que a gente está vivendo. Recentemente, ganhei uma homenagem do governo por uma música que criei, para campanha do agasalho. E neste caso agora peguei imagens impactantes para mostrar bem esta fumaça e incêndios, aí tem vídeos de vários locais do país”, finalizou.

Confira a canção feita com inteligência artificial:

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