Amigos e familiares, em uma só sintonia, homenagearam Antonio Manoel Pereira Guimarães, de 65 anos, durante o velório, nesta terça-feira (16), em . Na ocasião, cantaram a clássica canção de Roberto Carlos, “Como é grande o meu amor por você”. Caxingue, como era conhecido, faleceu no dia anterior após parada cardíaca.

O velório, que ocorreu na Funerária Pax Real, teve duração de duas horas. Em seguida, o corpo de Antonio foi encaminhado para Corumbá, sua cidade natal. Segundo amigos próximos, Caxingue estava sozinho aqui e enfrentava um problema renal há cerca de três anos, passando por sessões de hemodiálise.

Músico há 50 anos, Caxingue começou a carreira em Corumbá, aos 15. “Era um músico que transitava por todas as bandas de Campo Grande e todo o Estado. Ele se entendia bem com todos os que trabalhava. Era um homem que estava sempre com o seu violão bem limpo e tinha um grande talento musical, vivia só da música, tinha dedicação exclusiva”, disse Moacir Lacerda, também músico.

Segundo Lacerda, Caxingue esteve um período internado e chegou a ficar em coma. “Ele estava se recuperando, emagreceu muito e não suportou. O Caxingue sempre foi uma pessoa muito respeitada por todos nós, tocou no Grupo Acaba, assim como transitou em outras bandas. Era um músico fenomenal e de paz. A gente vai guardar sempre esta memória dele”, argumentou.

Para o translado do corpo, que será enterrado ao lado dos pais de Caxingue, Moacir comentou que os amigos fizeram doações. “Infelizmente, estamos tendo essa lição mais uma vez. Muitos músicos vivem na berlinda, sem . E aí fizemos essa cotização para o transporte, que ficou R$ 3 mil. O valor arrecadado foi de R$ 7,8 mil e este restante vai atender outros músicos em situação vulnerável”, explicou.

O cantor e compositor Pedro Ortale, que chamava Antonio de “Guele”, tocou por um tempo com o amigo, na da Maria Alice. “Ele sempre foi daquelas pessoas meio sem filtro, de uma singeleza quase inocente. Um músico espetacular. Um talento parabólico. Captava tudo e fazia jorrar daquela sua guitarra uma musicalidade típica dos que nasceram para isso. Agora, se junta a tantos que já se foram. Aos que ficam resta o sentimento de aumento da solidão. Vamos ficando órfãos de nossas referências”, lamentou.

O também artista, Geraldo Espíndola, diz que Caxingue o lembra de “tudo o que é bom”, como Caneca, Lincoln, Sarau do Zé Geral, Apoteótico, entre outros. “Foram muitos trabalhos juntos, de uma turma muito linda e boa e ele sempre uma pessoa fundamental, sempre simpático. Terei sempre saudades do meu eterno amigo. Que Deus o tenha”, finalizou.

Veja aqui a homenagem dos músicos ao Caxingue: