Com todo o estoque de sua editora debaixo d´água, em decorrência das enchentes causadas pelo grande volume de chuvas no Rio Grande do Sul, a escritora Karen Soarele, de 35 anos, que mora em Porto Alegre, relatou a situação em que se encontra diante da tragédia que se abateu sobre diversas cidades do estado.

Segundo a Defesa Civil, o temporal afetou 388 municípios do Rio Grande do Sul, havendo 90 mortes, mais de 48 mil pessoas em abrigos, 155 mil desalojados devido às enchentes, 361 feridos e 132 desaparecidos. Além disso, as perdas materiais ainda são incalculáveis.

No caso da editora de Karen, que residiu até seus 14 anos em Campo Grande, todo seu estoque de livros foi inundado e, provavelmente, poderão ser perdidos.

“No momento, minha maior preocupação é com os funcionários da minha editora, pois tenho colaboradores que perderam tudo o que tinham. A própria editora está passando por dificuldades, já que nosso estoque de livros alagou e ainda não sei as dimensões das perdas”, contou a escritora.

A previsão é que seja necessário uma semana para que o nível do rio Guaíba, em Porto Alegre, baixe dos 5 metros atualmente registrados. “Precisamos que baixe para 4 metros e assim conseguir acessar o estoque e ver qual a situação de nossos livros”, relatou Karen.

Na segunda-feira (6) estava programado o lançamento de um livro pela editora, que foi cancelado devido à enchente.

“Transformamos em um financiamento coletivo, em que a pessoa poderá apoiar para receber o livro ou fazer uma doação que será revertida para os colaboradores mais afetados”, contou. “É um livro de ficção, mas o apoio das pessoas nesse financiamento coletivo pode ser muito salvador no mundo real”.

O financiamento coletivo deve ser publicado na quarta-feira (8), porém já há uma página de espera, que pode ser acessada por este link.

Situação nesta terça-feira (7)

Além do Guaíba, que registrou 5,27 metros na manhã desta terça-feira (7), outros rios também apresentam cheias. É o caso do Rio Taquari, em Muçum (RS), com 7,44 metros; Rio Caí, em Feliz (RS), com 3,51 metros; Rio Uruguai, em Uruguaiana (RS), com 9,71 metros. 

Sobre estradas e pontes, há bloqueios totais e parciais em 95 trechos em 41 rodovias. O porto do Rio Grande opera normalmente, mas sob avaliação da empresa responsável. Já os portos de Porto Alegre e Pelotas estão com operações suspensas.

Assista vídeo com relato da escritora:

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