Na aventura gastronômica de hoje, o Cliente Oculto ‘pegou o passaporte' e deu um pulinho na cidade luz para conhecer um prato famoso dos bistrôs franceses. Tudo isso sem sair de , e o melhor, gastando muito menos do que a passagem de avião. 

Sanduíche de gente

No cardápio, minha escolha foi o famoso Croque-monsieur que custa R$30,00. Um sanduíche feito de pão de campanha, molho béchamel, presunto e queijo, muito parecido com o nosso tradicional misto-quente. A história por trás desse prato é curiosa e há várias versões, mas nenhum consenso entre elas.

A mais inusitada é que, de acordo com o livro “História das Palavras da Culinária Francesa”, publicado em 1947, a iguaria teria sido inventada em um café de em 1910 por um homem que tinha fama de canibal. Essa fofoca toda teria sido espalhada por concorrentes da região, por conta do sucesso do café entre os membros da sociedade parisiense. 

O dono do bistrô, Michel Lunarca, teria ficado sem baguetes e decidiu arriscar um sanduíche de pão de forma. Quando sugeriu o novo prato aos clientes, um deles perguntou o que tinha no sanduíche. Em tom de brincadeira Michel respondeu “Carne de monsieur”, que em tradução livre significa “carne de gente” ou “carne de senhor”. E assim a receita foi batizada. No dia seguinte os clientes já pediam pelo tal “sanduíche de gente”.  

O lanche rápido, que já foi citado em filme como “Simplesmente Complicado”, de Meryl Streep e Alec Baldwin, e também na música “Caso Sério” da brasileira Rita Lee, entrega o que promete quando o assunto é crocância e sabor. Se você não gosta de queijo, esse definitivamente não é seu sanduíche. O Croque-monsieur leva MUITO queijo derretido e crocante.

O cardápio

O cardápio do estabelecimento é bem variado e com opções de sanduíches, tartines, salgados, tortas, croissants, bebidas quentes, sucos frescos, bebidas geladas e doces. Além das opções do cardápio, o La Parisienne também é uma boulangerie (uma padaria – em tradução livre) e vende uma variedade de baguetes e outros pães artesanais.  

Tem ‘tompero' sim

O Cliente Oculto também experimentou um Panini feito com pão viennois, tomates confitados, requeijão do pantanal, queijo de búfala e molho pesto também por R$30,00. O lanche é bem servido, mais ‘refrescante' e até mais leve do que o Croque-monsier. Apesar de ser originalmente italiano, o ‘tompero' do molho feito com folhas de manjericão combinou bastante com o sanduíche. Confesso que criei uma certa expectativa com o tal ‘requeijão do pantanal', mas nem percebi o sabor dele no prato. 

Para beber, duas opções – uma quente e outra gelada. Um cappuccino tradicional por R$14,00 e um frappuccino de caramelo por R$28,00. A bebida fria é feita a base de gelato com uma dose de expresso e caramelo com flor de sal, uma ótima combinação de sabores que surpreendeu positivamente.

Sobremesa

E não dava para encerrar a ‘visita à Paris' sem comer o tradicional crème brûlée, que custou R$26,00. A é feita com creme de leite, ovos, açúcar, baunilha e, para finalizar, uma cobertura crocante de açúcar maçaricado para quebrar com a colher. Sem dúvidas, um dos momentos mais satisfatórios de comer esse doce.

Pra quem nunca experimentou, o crème brûlée parece um creme inglês ou até o famoso ‘recheio de sonho', só que um pouco mais mole e servido mais gelado. É gostoso, mas não é inesquecível.

O café

Se você ama um espaço instagramável ou é um entusiasta da cultura francesa, com certeza vai gostar do La Parisienne. 

Que tal ‘ir ao Museu do Louvre' sem sair de Mato Grosso do Sul? O La Parisienne tem uma parede dedicada a uma das pinturas mais famosas do mundo, a Mona Lisa. Com um quadro dentro de outro, o estabelecimento brinca com o fato da obra de arte ser tão pequena na vida real e atrair a atenção de vários turistas. 

Além dessa, o local faz várias referências ao país francês e tem playlist temática, o que torna o ambiente propício para, por alguns minutos, você se sentir tomando um café na Champs-Élysées. Mas é claro que o movimento da rua Antônio Maria Coelho não te deixa esquecer que você está em Campo Grande. 

O local é bem movimentado e pode até ter fila de espera para pegar uma mesa. Então, a dica do Cliente Oculto é que você vá fora dos horários de pico ou tenha um pouquinho de paciência. 

O atendimento

Quando o assunto é atendimento, o La Parisienne não deixa a desejar. Os garçons usam boina e felizmente falam português – detalhe importante para o Cliente Oculto que não sabe nem pronunciar ‘bonjour'. O cardápio é em QR Code (também tem uma versão física disponível se solicitado) e os pedidos são feitos na mesa. O tempo de preparo é bem rápido comparado a outras padarias locais. 

Aliás, se você for em um dia mais quente, a sugestão é que você fique na parte interna do estabelecimento que é climatizada e rende fotos lindas para suas redes sociais. 

Como chegar

Não precisa de avião e muito menos passaporte para chegar ao La Parisienne. O estabelecimento fica no cruzamento da rua Antônio Maria Coelho com a rua Rio Grande do Sul, no dos Estados. O horário de funcionamento é das 8h às 19h de terça a sábado e das 08h às 12h no domingo.

Para quem vai de ônibus, a linha 080 (T. / T. General Osório) passa na Antônio Maria Coelho, próximo ao condomínio Marrakech. É só descer uma rua após cruzar a 25 de dezembro e andar cerca de 5 minutos até o local. Outras linhas que passam próximas ao estabelecimento são 081 (T. / T. Nova Bahia), 521 (Centro / Parque dos Poderes – Matutino).

Afinal, vale a pena?

O veredito do Cliente Oculto é de que vale a pena conhecer o La Parisienne. Apesar de ter um preço um pouco salgado, ele não está muito acima da média das padarias e cafeterias da região. A experiência no local é bastante agradável e imersiva na cultura francesa. Por isso, o local é bem legal para um date no fim da tarde com o crush ou até para curtir aquele café da manhã especial de aniversário.